Os 200 Anos da Independência e o Sistema Político
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a 20/09/2022 - 17:00
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200 anos depois da Independência brasileira, a celebração das decisões que marcaram esse evento histórico abre uma oportunidade extraordinária para um balanço crítico do país sobre si mesmo. Os diferentes esforços nesse sentido se multiplicam e este seminário pretende contribuir para isso com um exame crítico do sistema político brasileiro.
A proclamação da emancipação política feita por Pedro I nos fez nascer como Nação, mas a estruturação do sistema político brasileiro, embora prenunciada por algumas decisões daquele momento, só ocorreria com os desdobramentos políticos e institucionais dos dois séculos seguintes. Superamos a condição de colônia de Portugal na segunda década do século XIX depois que vários líderes como Tiradentes foram enforcados e esquartejados em décadas anteriores com o objetivo de intimidar a rebeldia; estabelecemos a monarquia constitucional e uma estrutura limitada de representação política nas décadas seguintes e chegamos à República pelas mãos dos militares no limiar do século XX. A construção da democracia, contudo, com escassa participação popular, apenas ensaiava seus primeiros passos.
Hoje, em que pese sermos um regime democrático relativamente consolidado, o sistema político está em crise, os cidadãos não se sentem representados, desconfiam dos políticos e de instituições como o parlamento e os partidos. O descompasso entre o sistema político e a sociedade, a despeito de importantes continuidades institucionais, se agrava sob efeito de rupturas e de instabilidades políticas que se sucedem e que, por vezes, a exemplo do ocorrido nas últimas décadas com os episódios de impeachment de dois presidentes eleitos democraticamente, traumatizam a sociedade, dividem os partidos, fragilizam a legitimidade do regime e colocam em questão a qualidade da democracia.
A celebração dos 200 anos da Independência nos oferece, portanto, uma oportunidade incomum para um balanço do que está bem e funciona, e do que está mal e produz efeitos negativos para a vida política do país. A tarefa nesse sentido supõe um olhar crítico, generoso e abrangente, que, contemplando o descompasso entre o mundo da política e o mundo da sociedade, seja capaz de apontar saídas possíveis. O foco não são governos específicos, mas as instituições, as regras e os mecanismos democráticos destinados, ao mesmo tempo, a dar voz aos cidadãos e a processar politicamente as suas preferências e os seus interesses.
J. A. Moisés
Inscrições
Evento público e gratuito | sem inscrição prévia
Não haverá certificação
Organização
Programação
9h30 |
Abertura: Guilherme Ary Plonski; Luiz Roberto Serrano e José Álvaro Moisés |
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9h45 |
Sequenciamento Histórico e Stategrafting no Brasil - Lourdes Sola e Jorge Caldeira |
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10h05 | As Vias Tortuosas da Democracia e a Crise da Representação - Sérgio Abranches | |
10h25 |
Nau sem Rumo? O Sistema Partidário Brasileiro Pós-Redemocratização - Carlos Ranulfo Félix de Melo |
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10h45 |
Judiciário, a Institucionalização como Poder - Maria Tereza Sadek |
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11h05 |
O Imperativo da Reforma Política - Bolívar Lamounier |
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11h25 |
Discussão |
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12h30 |
Intervalo |
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14h | Regimes e Intervenção Política dos Militares no Brasil - Octavio Amorim Neto | |
14h20 |
Federalismo Brasileiro e Projeto Nacional, os Desafios da Democracia e da Desigualdade – Fernando Abrúcio |
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14h40 |
Os Códigos Penais Brasileiros no Combate à Corrupção - Rita de Cássia Biason |
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15h |
Governança Ambiental: Destruição das Florestas até os Objetivos da Descarbonização - Eduardo Viola e Matías Alejandro Franchini |
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15h20 | A Desconfiança Política dos Eleitores em Face do Congresso Nacional e dos Partidos Políticos: o Déficit de nossa História Representativa - Rachel Meneguello e Fabíola Brigante Del Porto | |
15h50 |
Discussão |
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17h |
Encerramento |
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo