Afrodiásporas em Diálogo nas Artes Plásticas
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a 05/10/2018 - 13:00
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O grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais do IEA irá realizar em 2018 e 2019, uma série de seminários dentro da temática Imigração e Saúde, entendendo-se saúde no sentido amplo, ou seja, nâo apenas no binômio saúde-doença, mas abrangendo também tudo aquilo que proporciona ou não a possibilidade de bem estar e sentido a vida. Em 1978 a Declaração de Alma-Ata (OMS, 1978) emergiu como um marco na mudança da concepção de saúde que de ausência de doença ou enfermidade passa a ser entendida como um estado de bem estar físico, mental, social e direito humano fundamental. A declaração salienta a interferência da desigualdade social nas políticas de saúde, incluindo a lacuna entre os países ditos desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Em 1982 a OMS salienta os fatores psicossocias como fatores chaves nas ações sociais e de saúde. As ações para serem efetivas na prevenção de doenças e promoção da saúde e bem estar precisam basear-se na compreensão da cultura, tradições, crenças e padrões de interação familiar. Desnecessário dizer o quanto as diásporas, encontros e desencontros entre culturas estão intrínseca e historicamente vinculados à saúde dos povos que habitam o planeta.
Dando início a esta série, no dia 05 de outubro de 2018 às 10h, o grupo receberá para o seminário Afro-diásporas em diálogo nas artes plásticas, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, professora titular da FFLCH-USP e curadora adjunta para histórias e narrativas do Masp, e o crítico de arte e doutorando da USP, Hélio Menezes, dois dos cinco curadores da exposição “Histórias Afro-Atlânticas”, atualmente em cartaz em São Paulo (MASP e Instituto Tomie Ohtake).
No dia 6 de outubro às 14 hs, no auditório da reitoria da UNIFESP, teremos o seminário "Acolhimento e Saúde" com a psicóloga Julia Bartch da organização humanitária internacional Médico Sem Fronteiras; Andrea Zamur, Coordenadora de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente da Prefeitura Municipal de São Paulo; Roque Pattussi do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante CAMI de São Paulo e ainda, a confirmar, representante da Missão Paz.
No dia 7 de novembro o seminário "Saúde, Migração e Refúgio" com Carlos Eduardo Siqueira médico e professor associado da Faculdade de Serviços Públicos e Comunitários da Universidade de Massachusetts UMASS e membro do grupo Diálogos Interculturais; Cássio Silveira, cientista social e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FSPMSCSP) e do depto de Medicina Preventiva UNIFESP; Denise Martin, antropóloga professora da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) e do depto de Medicina Preventiva UNIFESP e Regina Yoshie Matsue, antropóloga professora do depto de Medicina Preventiva da UNIFESP.
Afrodiásporas em Diálogo nas Artes Plásticas
Acontece no IEA no dia 5 de outubro 2018 com a participção de dois dos cinco curadores da exposição “Histórias Afro-Atlânticas”, atualmente em cartaz em São Paulo (MASP e Instituto Tomie Ohtake): Lilia Schwarcz, professora titular da FFLCH-USP e curadora adjunta para histórias e narrativas do Masp; e, com o crítico de arte e doutorando em Antropologia Social pela FFLCH-USP, Hélio Menezes.
Do século XVI ao final do século XIX, o comércio global da escravidão agenciado pelos europeus resultou na migração forçada de doze milhões de africanos e africanas para as Américas, e especialmente para o Brasil, que recebeu 46% dessa população. O “Atlântico Negro”, assim chamado pelo sociólogo britânico Paul Gilroy, menos do que separa, banha continentes entre os quais ocorrem fluxos e refluxos de pessoas e de ideias, de crenças e mentalidades, de objetos e padrões estéticos. Além disso, o oceano torna-se, ele mesmo, um espaço sem fronteiras nítidas, onde, segundo os curadores convidados, “matrizes e identidades africanas penetram e ocupam culturas nas Américas, no Caribe e na Europa”.
A violenta e cruel empresa escravista imprimiu marcas profundas, ainda hoje presentes, no legado comum das sociedades em que se implantou, inclusive no que diz respeito à saúde mental.
No entanto, o encontro (ou choque) entre povos, línguas e culturas promoveu, paradoxalmente, fricções e hibridismos fertilizadores que mudaram não só a feição da humanidade, como geraram, nas diversas margens do Atlântico, expressões culturais, linguagens artísticas, projetos estético-políticos que, ao mesmo tempo, se singularizam e se assemelham.
Nesses tempos traumatizantes em que nos deparamos, com a frágil preservação da memória no Brasil, não será demais enfatizar a importância e o caráter excepcional da mostra que reúne 450 trabalhos produzidos ao longo de cinco séculos por 214 artistas de diferentes nacionalidades e origens étnicas, e localizados em museus, fundações e coleções particulares de diversos países.
O público brasileiro tem, portanto, a rara oportunidade de ver um conjunto de temáticas abordadas através das artes plásticas que interroga, quando não subverte, os cânones de uma história da arte eurocêntrica.
Dada a relevância desta exposição única no Brasil (quiçá no mundo) e a excelência de seus idealizadores, neste encontro inaugural da série Imigração e Saúde pretende-se indagar os convidados sobre o processo curatorial que presidiu à concepção de "Histórias Afro-Atlânticas", cujos temas, personagens e narrativas polifônicas são perpassados por múltiplas dimensões e diálogos interculturais, além de apresentar “os mundos que os Africanos (re)criaram”.
Expositores:
Hélio Menezes (FFLCH USP)
Lilia Schwarcz (FFLCH USP)
Coordenação:
Inscrições
Evento público e gratuito | Sem inscrição
Não há necessidade de inscrição para assistir à transmissão on-line.
Capacidade da sala: 60 pessoas
Organização
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo