A História nos Pode Ensinar Algo? 100 Anos da Primeira Guerra Mundial

A história nos pode ensinar algo? Abordagens da Primeira Guerra Mundial: Historiografia, Ciência Política, Memória Cultural

Em 2014, durante o ano inteiro, o público europeu se lembra do centenário da eclosão da Primeira Guerra Mundial mediante Atos de comemoração, dossiês especiais de revistas e jornais, exposições e publicações de livros. Já a contagem usual na Alemanha faz alusão ao fato de essa guerra, no ambiente alemão, ser pensada a partir da Segunda Guerra Mundial com respeito a seu caráter e seu significado.  A denominação inglesa, “Grande Guerra”, consegue perfilar melhor seu caráter específico.  Foi a grande catástrofe inicial do século XX (“the great seminal catastrophe”, nas palavras de George Kennnan). Suas consequências foram múltiplas e abrangentes. Teve impacto nas técnicas militares, nas ideologias, na filosofia, na cultura e nas artes da mesma maneira como nos Estados, removendo fronteiras, transformando constituições e extinguindo impérios inteiros. Neste sentido, a “Grande Guerra” continua tendo seus efeitos até o nosso tempo: seja como excesso inaudito de violência, “guerra dos espíritos” ou como “triturador” das monarquias e Estados multiétnicos.  Como nenhuma outra guerra antes, este virou um ponto de cristalização e laboratório para a reflexão política, estética e literária sobre o caráter fundamental da época moderna: com sua figura dinâmica e (auto)destruidora que, ao mesmo tempo, isola o indivíduo e cria uma nova forma de comunidade, essa guerra até hoje se presta como campo de pesquisa interdisciplinar onde se pode interpretar testemunhos literários e outras representações midiáticas da experiência subjetiva, analisar as decisões políticas e estratégicas, as ideologias e a dimensão histórica em geral, uma base e pano de fundo da pergunta o que se pode aprender, ainda que a história não se repita.

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