Agenda 2023: Um Novo Capítulo para a CT&I no Brasil
Em meio à pandemia de COVID-19, a área de CT&I mostrou novamente o seu valor em todo o mundo. No Brasil, não foi diferente. A rápida movimentação da comunidade científica para entender as dinâmicas do SARS-Cov-2 e suas implicações para a saúde da população foi fundamental para evitarmos consequências socioeconômicas ainda mais severas do que as vividas por nós.
O trabalho de nossas/os cientistas e pesquisadoras/es foi admirável tanto pela qualidade apresentada, quanto pelas dificuldades enfrentadas para se concretizar. Afinal, durante a pandemia, a área de CT&I continuou a conviver com problemas crônicos do setor nos tempos recentes: os cortes profundos nos orçamentos destinados à pesquisa, devendo-se mencionar a escalada dos ataques às universidades públicas e a imposição de restrições às suas autonomias.
Se o contexto da pandemia realçou tanto o fronte quanto as ameaças à CT&I no Brasil, no campo estratégico, as políticas públicas notadamente no campo da inovação foram alvo de crítica pela sua abordagem imprecisa e sem foco. A edição da Política Nacional de Inovação em outubro de 2020 e subsequente Estratégia Nacional de Inovação em julho de 2021 evidenciam uma atuação nacional dispersa e vaga que se afasta de uma abordagem sistêmica e coordenada como ocorre em muitos países que priorizam a CT&I como alavanca para o desenvolvimento econômico. Com pouco direcionamento e metas imprecisas, a política governamental vigente de CT&I se perde em si mesma, provocando inseguranças sobre os seus rumos para anos vindouros.