Colóquio Brasil/França: Paris nos anos 1920
Detalhes do evento
Quando
a 27/10/2023 - 17:00
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EVENTO TRANSFERIDO, NOVA DATA A SER INFORMADA!
A presença francesa nas relações culturais brasileiras tem sido objeto de inúmeros estudos deste grupo de pesquisa. Nos últimos anos, o tema Paris nos anos 1920 tem sido objeto de pesquisa de vários participantes, bem como a apresentação de trabalhos parciais sobre o tema. Agora, pensamos em Paris des Années Folles e apresentamos alguns aspectos dessa presença francesa nos anos 1920: as impressões de viagens de brasileiros à Europa e em particular a Paris, a repercussão na literatura e no jornalismo brasileiros dos modismos femininos das personagens apresentadas pela Garçonne de Victor Margueritte; apresentaremos ainda a aventura de Paul Grappe, desertor do exército francês que tendo como modelo a Garçonne surge como Suzanne; a vivência em Paris de Oswald de Andrade em 1923 vai ser relatada aos leitores do Correio Paulistano, em crônicas ainda inéditas; finalmente, a presença francesa será analisada em Macunaíma de Mario de Andrade. São vários aspectos que reafirmam essa relação particularmente estreita entre o Brasil e a França, nos anos 1920.
Inscrições
Evento público e gratuito | sem inscrição prévia
Não haverá certificação
Organização
Grupo de Pesquisa Brasil-França
Programação
14h |
Abertura: Regina Campos (FFLCH e IEA/USP) |
14h10 |
Paris na Literatura de Viagem Brasileira - Sandra Nitrini (FFLCH e IEA/USP) Proponho-me a analisar as imagens de Paris em Pathé-Baby (1926) e Nós, pelas costas (1930). Esses livros reúnem, respectivamente, crônicas de Alcântara Machado em viagem feita em 1925, e de Raul Pederneiras, em 1927, publicadas em jornais, no decorrer de seus périplos pela Europa. Propiciam, assim, a oportunidade de se cotejarem experiências desses viajantes em diferentes cidades de países distintos e de se examinar a imagem de Paris, que eles nos transmitem. |
14h30 |
Feministas nos Anos 1920. O Caso Chrysanthème - Regina Campos (FFLCH e IEA/USP) A questão do feminismo nos anos 1920, em particular no Rio de Janeiro, é discutida visando à obtenção do voto feminino, a partir da evidente mudança dos hábitos das moças em suas relações com o sexo oposto. Se são inglesas as sufragistas, são francesas as “garçonnes”. Ambas pertencem a uma classe social elevada, mas a discussão no Brasil passa por um ponto de vista mais popular, o das moças que precisam trabalhar para manter-se e ajudar a manutenção da família. Procuraremos mostrar como a escritora Chrysanthème aborda a questão em suas colunas no jornal O Paiz e em sua obra de ficção. |
15h |
Suzanne Landgard, dite ‘La Garçonne’: a Trágica Aventura de Paul Grappe na Paris dos Anos Loucos - Dirceu Magri (IEA/USP) Marcados por forte identidade visual e sonora, os Anos loucos exibiram nova silhueta, a da mulher de perfil longilíneo, cabelos curtos, vestido tubular e chapéu cloche, uma das imagens associadas à época; por outro lado, foi também a era do Jazz, do triunfo da Art déco, da audácia das avant-gardes, das novas boemias e da vida nas telas, com o advento do cinema. É nesse contexto que Paul Grappe, psicologicamente frágil, supera uma infância infeliz, vê-se como artista e homem refinado, recusando-se ser escravo de uma sociedade dura com os pobres. Desertor, o ex-cabo do exército francês, sente-se do lado da modernidade e não hesita em cruzar a barreira do gênero. Travesti, explora as possibilidades de ambos os sexos e segue a moda das garçonnes, dedicando-se aos esportes de sua época, tornando-se, enfim, Suzanne, a intrépida paraquedista. Trata-se, nesta comunicação, de explorar como a história real de Paul Grappe foi acompanhada pelos diferentes periódicos da época e como ela viria a ser apresentada em obras como La Garçonne et l'Assassin: Histoire de Louise et de Paul, déserteur travesti, dans le Paris des années folles, de Fabrice Virgili e Danièle Voldman (2011), a história em quadrinhos Mauvais genre, de Chloé Cruchaudet (2013), e o filme de André Téchiné, Nos anneés folles, de 2017. |
15h30 |
As crônicas parisienses de Oswald de Andrade - Conrado Augusto Barbosa Fogagnoli Nesta comunicação trato de um conjunto de textos que Oswald de Andrade redigiu ao longo de sua estada em Paris no ano de 1923, e que foram publicados no Brasil no periódico paulista do Correio Paulistano entre 1923 e 1924. Com ela, minha intenção é a de não apenas explicitar as ideias estéticas divulgadas à época pelo do autor de Pau Brasil, mas também, e na medida do possível, dar alguma notícia de sua circulação pelos grupos artísticos parisienses. Como estamos aqui diante de textos desconhecidos, nunca antes publicados em obras ou em coletâneas que contemplam os escritos críticos do autor, com esta comunicação pretende-se colocá-los novamente em circulação, de modo que permaneçam à disposição do exame de leitores e de estudiosos da obra oswaldiana. Ainda, visto se tratar de artigos redigidos e publicados no mesmo contexto da celebrada conferência que Oswald de Andrade pronuncia na Sorbonne, em maio de 1923, considera-se também os pontos dessa conferência que mais diretamente dialogam com as proposições que podem ser lidas em seus artigos. |
16h |
PRESENÇA FRANCESA EM MACUNAÍMA DE MÁRIO DE ANDRADE - Gilberto Pinheiro Passos (IEA/USP) A rapsódia de Mário de Andrade apresenta um número considerável de referências francesas, cujo papel se revela operante no encaminhamento da trama e na caracterização de São Paulo, criando um amálgama peculiar que atua no sentido de reforçar o caráter burlesco da obra. |
17h | Encerramento |
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br