Migração Internacional e Trabalho no Brasil Contemporâneo

O 6º Seminário Interdisciplinar promovido pelo Observatório dos Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e Saúde da Classe Trabalhador foi concebido como uma oportunidade ímpar e qualificada para demonstrar as dramáticas interrelações entre fenômenos demográficos aparentemente novos – pelo menos no Brasil, aliás, em acentuado crescimento – e ‘mundos de trabalho’ onde prevalecem condições e relações de trabalho extremamente arcaicas e inaceitáveis, onde conceitos de “trabalho digno” (decente), “trabalho seguro” e “trabalho saudável” são utopias ainda distantes, quando não, inalcançáveis. O “novo” e o “velho” são constituídos da mesma índole voraz capitalista, destruidora de vidas, de empregos, de proteção social. Aliás, o “novo” é feito do “velho” e dele depende. E aos migrantes é reservado o trabalho mais pesado, mais inseguro, mais perigoso, o trabalho precário (precarizado) e socialmente mais desprotegido, quando não, informal e explicitamente ilegal à luz das normais internacionais do trabalho (OIT) e das legislações nacionais.

Com efeito, país historicamente constituído por migrantes, o Brasil tem recebido nos últimos anos migrantes de países vizinhos, como Bolívia, Colômbia, Cuba, Haiti, Venezuela, entre outros, e de outros país fora do continente, devido a crises políticas, econômicas e sociais em seus países de origem.

Apesar da Lei de Migração de 2017 (que substituiu o antigo Estatuto do Estrangeiro), que busca garantir direitos e condições adequadas para os imigrantes, são significativas as barreiras para a plena e digna integração dos imigrantes no Brasil. Barreiras linguísticas, diferenças culturais, preconceitos, racismo e xenofobia (ou melhor dizer, negrofobia/latinofobia) podem dificultar a adaptação e a inclusão social, abrindo a porta para os processos de vulnerabilização.

Por sua gravidade e complexidade, o tema da migração internacional e trabalho no Brasil atual receberá análises multi e interdisciplinares, extremamente atuais, e legitimadas pela presença e voz de participantes estrangeiros, migrantes militantes estudiosos e pesquisadores do tema. Serão contribuições para a construção de políticas públicas mais justas e mais alinhadas com as normas internacionais do trabalho e com os Direitos Fundamentais.

Abertura:

René Mendes (Observatório dos Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e Saúde da Classe Trabalhadora)

Coordenação e Moderação:

Wendy Ledix (pesquisador haitiano, IEA)

Convidados:

Silvana Aparecida de Souza (professora Sênior, UNIOESTE)

Handerson Joseph (doutor em Antropologia Social, professor/pesquisador haitiano, UFRGS)

Yulliam Roxana Moncada Varela (jornalista, migrante e doutoranda venezuelana, UNIOESTE)

Gil Sander Joseph (pesquisador haitiano, Princeton University, EUA)

Transmissão:

Acompanhe a transmissão do evento em www.iea.usp.br/aovivo

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