Patrimônio Cifrado: A Circulação de Modelos nas Missões Jesuíticas na América do Sul

Em suas instruções aos padres missionários, em 1609, o primeiro responsável da Província do Paraguai, Guido de Torres, recomenda que el pueblo se trace al modo de los del Perú o como más gustase a los indios. O texto indica quanto o jesuíta considera pouco importante, de antemão, a questão do “modelo”, sobre a qual os historiadores estão discutindo há décadas. As raríssimas representações gráficas de aldeias jesuíticas – e a própria reticência a respeito deles – revelam porém tratar-se de um modelo complexo – que incorpora referências tanto às experiências indígenas, às dos conquistadores e à tradição medieval, quantos aos tratadistas italianos e à teoria da cidade ideal –, mas que é sobretudo ligado a uma concepção escatológica da história que vê no novo mundo uma nova etapa, rumo à realização do reino de Deus. O processo de sacralização do espaço se dá também nas cidades recém-fundadas, confirmado e fortalecido por rituais e procissões, como aquela descrita pelo padre Fernão Cardim no Morro do Castelo no Rio de Janeiro (que iremos acompanhar, junto com sua trágica demolição a partir de 1920).

Esse seminário será dividido em duas partes, a primeira pela manhã e a segunda no período da tarde.

Abertura:

• Marina Massimi (IEA-USP)

Expositora:

• Giovanna Rosso del Brenna (Università di Genova)

Moderadores:

Luciano Migliaccio (FAU/USP) - manhã

Renata Maria de Almeida Martins (FAU-USP) - tarde

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Organização