UrbanSus - 6º Relatório do IPCC e os Desafios e Perspectivas para o Saneamento Básico e as Cidades Inteligentes: Um Caminho entre o Retrocesso e a Inovação
Detalhes do evento
Quando
a 08/08/2022 - 17:00
Onde
O recém divulgado 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mais uma vez alertou para o agravamento de riscos à natureza e à vida urbana decorrente do acirramento das mudanças climáticas ao redor do planeta. A demora para a adoção de ações efetivas de mitigação, adaptação e resiliência desenha um futuro catastrófico que, na verdade, não está assim tão distante e faz-se cada vez mais presente. O tempo urge.
Os riscos são sistêmicos e, por isso, falar em "mudanças climáticas" não implica pensar em políticas públicas relacionadas ao clima de forma isolada. É preciso ir mais além para investigar e agir sobre as diversas vulnerabilidades evidentes na conjuntura atual que, se não forem de algum modo enfrentadas, contribuirão para desastres em larga escala.
É precisamente nesse contexto, aliás, que o citado 6º Relatório do IPCC dedicou capítulos próprios para tratar da água (Capítulo 4) e da infraestrutura nas cidades (Capítulo 6), evidenciando que lacunas na área do saneamento acirram conflitos, desigualdades, vulnerabilidades e riscos diante do tema das mudanças climáticas - e vice-versa. É certo que as mudanças climáticas imporão novos desafios aos serviços urbanos de fornecimento e tratamento de água, para viabilizar a universalização do acesso à água potável e esgotamento sanitário. Também é preciso lembrar que o precário tratamento de resíduos sólidos, ainda majoritariamente centrado em aterros - e, por vezes, até lixões irregulares - deixa o Brasil distante da almejada economia circular e livre das contaminações dos solos e lençóis freáticos.
A questão do saneamento básico, com ênfase na produção de infraestrutura para sua implementação e sua operação, hoje tem se restringido a questões relacionadas a critérios técnicos, o que limita o seu planejamento, a obtenção e dispêndio de recursos e o fornecimento de serviços de forma inclusiva e sustentável. Porém, essa visão não se pode perpetuar. Aliás, a promulgação do Novo Marco do Saneamento no Brasil foi uma tentativa de modernizar o setor e viabilizar o seu avanço. Será suficiente?
Não é por menos que desde 2015, com o advento da Agenda 2030, a questão do acesso à água potável e saneamento foi alçada ao nível de um objetivo, ao lado do desenvolvimento de cidades sustentáveis, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: o ODS nº 6 - "garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos", o ODS nº 11 - "tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis" e o ODS nº 12 - "assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis", sem deixar de lado, o impacto que todas essas ações possuem sobre a saúde (ODS nº 3).
Desse modo, a discussão desse tema tão vasto, com um olhar holístico, entremeando as mais variadas conexões, de forma integrada e de modo a abordar o desenho urbano das cidades e redes de infraestrutura do saneamento, oportuniza novos olhares para a otimização de recursos, eficácia dos sistemas e a efetividade das políticas públicas. Não se pode perder de perspectiva, ainda, o importante papel da inovação, seja nos aspectos tecnológicos, seja na criatividade das soluções técnicas, jurídicas, sociais e sanitárias para responder aos obstáculos atualmente existentes.
Nesse sentido, o evento visa a provocar o público e a suscitar debates que possam jogar luzes sobre o tema e inovações para a academia, a sociedade civil, os setores público e privado, buscando compartilhar o conhecimento, as experiências e as aflições de renomados especialistas de diversas áreas. Afinal, invocando-se o ODS nº 17 - " fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável", as reflexões e a concretização de medidas de ação trarão melhores resultados se envolverem parcerias de diferentes esferas. Acesse aqui o relatório da atividade.
Comissão Organizadora: Manuela Prado Leitão, Thelmo de Carvalho Teixeira Branco Filho, Giovano Candiani, Fabiana Lourenço e Silva Ferreira, Aloisio Pereira da Silva, Oswaldo Sanchez Junior, Felipe Ramalho Pombo (pesquisadores do Centro de Síntese USP Cidades Globais)
Transmissão
Acompanhe a transmissão do evento em iea.usp.br/aovivo
Inscrições
Evento público e gratuito | Sem inscrição prévia
Evento on-line | Não haverá certificação
Organização
Apoio
Programação
9h | Abertura |
Mahryan Sampaio (ONU/coletivo ‘Perifa Sustentável‘) Relatoria: Juliana Wotzasek Rulli Villardi (IEA USP) |
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9h30 |
Mesa 1 - Obstáculos e inovação em matéria de infraestrutura e saneamento: as experiências europeia e latina |
Maria Alexandra de Sousa Aragão (FDUC) Elida Villalba Vargas Ebert (UNC) Patrícia Faga Iglecias Lemos (CETESB) Thais Zschieschang (AKATU) Moderação: Manuela Prado Leitão (IEA-USP/TCE-SP) Relatoria: Giovano Candiani (IEA-USP) e Fabiana Lourenço e Silva Ferreira (IEA-USP) |
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10h30 |
Mesa 2 – Visão holística para os embates enfrentados no saneamento básico |
Pedro Henrique Barroso de Almeida (ESFERA BRASIL) Leonardo Soares (CEDAE) Marussia Whately (IAS) Moderação: Thelmo de Carvalho Teixeira Branco Filho (FURG e IEA-USP) Relatoria: Felipe Ramalho Pombo (IEA USP) e Estela Macedo Alves (IEA-USP) |
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11h30 |
Fechamento manhã |
Wanda Maria Risso Günther (IEA-USP) | |
14h |
Abertura período vespertino |
Amarilis Lucia Casteli Figueiredo Gallardo (IEA-USP) Tadeu Fabrício Malheiros (EESC/IEA-USP) |
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14h20 | Mesa 3 - Os desafios para acesso a água nas Cidades Inteligentes |
Luana Pretto (TRATA BRASIL) Marcela Pégolo da Silveira (TCE/SP) Renan Marcondes Facchinatto (Dal Pozzo Advogados) Cristina Knörich Zuffo (SABESP) Moderação: Aloisio Pereira da Silva (IEA-USP) Relatoria: Victor Kinjo (IEA-USP) e Gérsica Moraes Nogueira da Silva (IEA-USP) |
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15h20 |
Mesa 4 - Relação entre saneamento e clima |
Anna Maria Bezerra de Mello Cárcamo (UNU-UNFCCC/ LACLIMA) Laura Lucia Vieira Ceneviva (COMFROTA) Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho (TJ/SP/FDSBC) Célio Bermann (USP/RDID) Moderação: Oswaldo Sanchez Junior (IEA-USP) Relatoria: Marcela Barbosa de Moraes (IEA-USP) e Elaine Cristina Silva dos Santos (IEA-USP) |
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16h20 | Fechamento |
Wolfram Johannes Lange (TERRAGIS) Arlindo Philippi Junior (FSP/IEA-USP) Marcos Buckeridge (IB/IEA-USP) Relatoria: Mariana Gutierres Arteiro da Paz (IEA-USP) |
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