Saúde Mental: a Violência Social e das Instituições

O debate sobre violência não é novo no campo de estudos e práticas em saúde mental. Desde 1968, com a publicação de "As instituições da violência", por Franco Basaglia, é parte das discussões desse campo, em particular na perspectiva teórico-prática da desinstitucionalização, com reflexões sobre o papel das instituições como produtoras de violências e de negação de cuidados e direitos para pessoas que adentram o circuito institucional de serviços de saúde mental. A expressão máxima das instituições da violência são os hospitais psiquiátricos e a própria psiquiatria, com todos os seus aparatos técnicos, jurídicos, administrativos, de saberes e práticas que produzem a negação do outro como pessoa de direitos. Mas esse debate, no cenário nacional, ganha novos, importantes e necessários contornos nos últimos anos, mobilizado por movimentos sociais que colocam em primeiro plano as discussões sobre as relações e os impactos das violências sociais e dos contextos de vida violentos na saúde mental. Daí se coloca a necessidade de, na saúde mental, discutir o racismo e construir políticas antirracistas, de discutir a LGBTQIA+ fobia e construir práticas atentas à diversidade sexual, de discutir os contextos da violência urbana e construir estratégias que enfrentem o problema produzindo uma vida mais digna para todos. Com a perspectiva de abrir debates e produzir novos diálogos, o evento internacional Saúde mental e a violência social e das instituições se apresenta.

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