A Situação Indígena e o Meio Ambiente no Brasil

Na próxima quinta-feira, dia 17 de março, às 15 horas, a Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade realizará seu quinto evento do Ciclo Anual 2021-2022, o qual contará com a participação de dois especialistas sobre a questão indígena brasileira e meio ambiente: Ailton Krenak e Artionka Capiberibe.

Krenak proferirá a conferência A Terra com febre, uma análise sobre a crise ambiental e suas relações com a crise sanitária, em um cenário de negligência por parte de diversos governantes e o enfraquecimento de diferentes organismos internacionais.

A professora Artionka Capiberibe analisará, na conferência A máquina de guerra anti-indígena e o presente/passado colonialista do Brasil, o papel da Constituição Federal de 1988, que instituiu um capítulo específico voltado aos povos indígenas lhes garantindo o direito legal à autodeterminação e o direito originário às terras por eles habitadas, bem como a atual disputa normativa em torno dos direitos indígenas e sua relação com um modelo de desenvolvimento pautado pela exaustão dos recursos ambientais e humanos.

Resumos:

• A Terra com Febre (Ailton Krenak)
  

Desde a década de 1980 já se avistava o horizonte distópico que vivemos nesta terceira década do século 21, onde fica, cada vez mais evidente, a negligência de parte dos governos das grandes nações do Ocidente quanto a essa gritante realidade global. Não há nada de novo na chamada nova ordem mundial, anunciada no final do século passado. E seguimos cegos e, em muitos casos, indiferentes à crise ambiental, acumulada com crise sanitária e perda da confiança nas instituições globais com ONU, Unesco, OMS, todas em declínio diante da força do capital que move as grandes corporações mundiais. O planeta está com febre!

• A máquina de guerra anti-indígena e o presente/passado colonialista do Brasil (Artionka Capiberibe)

Para as populações indígenas localizadas em solo brasileiro, na sua longa história de relação com as formas de governo não indígenas – desde a invasão europeia daquele que se tornou conhecido como Continente Americano –, houve um curto intervalo de sanidade, marcado sobretudo pela Constituição Federal de 1988, que instituiu um capítulo específico voltado aos povos indígenas lhes garantindo o direito legal à autodeterminação e o direito originário às terras por eles habitadas. Tomando esse fato como paradigmático, a conferência irá tratar da disputa normativa em torno dos direitos indígenas a qual se reproduz, há séculos, sempre atrelada a um modelo de desenvolvimento pautado pela exaustão dos recursos ambientais e humanos.

Exposição:

Artionka Capiberibe (Unicamp)

Ailton Krenak (líder indígena, ambientalista e escritor)

Debatedor:

Muniz Sodré (Titular da Cátedra Otavio Frias Filho)

Moderação:

André Chaves de Melo Silva (Coordenador Acadêmico da Cátedra Otavio Frias Filho)

Vinícius Mota (Secretário de Redação da Folha de S. Paulo)

Inscrições

Organização