Amazônica contra o Antropoceno
Preservação da Amazônia, mudanças climáticas, aspectos da filosofia de Hans Jonas e, uma vez mais, eleições municipais em São Paulo constituem o temário do número 112 de Estudos Avançados. Veja abaixo alguns destaques.
Proteínas artificiais Hans Jonas denuncia as ameaças resultantes do caráter compulsivo das inovações tecnológicas tanto ao meio ambiente como ao então emergente uso das capacidades de manipulação do genoma. A denúncia se apoia na elaboração de uma “biologia filosófica” que critica o dualismo que, a partir de Descartes, promoveu a radical separação entre o ser humano e o restante da natureza. O artigo procurou mostrar que tal separação está na base da onda de inovações no sistema agroalimentar atual, cuja fronteira tecnológica busca justamente emancipar a alimentação humana de sua dependência com relação ao solo, ao clima e aos animais. |
Arqueologia indígena No texto falei de momentos importantes de trajetórias de meu povo, os Waiwai, que, junto com vários outros parentes, atualmente vivem no Território Wayamu. Narrei alguns episódios que transformaram significativamente essas trajetórias, como o contato com missionários. Abordei também a minha descoberta da arqueologia e como isso proporcionou o reencontro com uma parte importante de nossa história. Esse reencontro/retorno me fez pensar na necessidade de falar de uma arqueologia indígena e também mudar um pouco do que vem sendo falado do passado da Amazônia. |
Participação social O artigo discute os desafios contemporâneos no campo da gestão e consolidação das políticas públicas de cultura na cidade de São Paulo, tendo como principal objetivo refletir sobre a trajetória das políticas culturais no município e seu diálogo com a construção do Sistema Nacional de Cultura. Buscou-se destacar experiências de políticas culturais democráticas e participativas na cidade e que estiveram ligadas às pautas da descentralização, participação social, cidadania cultural, institucionalização e implantação do Sistema Municipal de Cultura. Por fim, buscou-se apresentar os principais desafios para a próxima gestão da cultura na cidade. |
Enchentes As inundações sem precedentes de abril a maio de 2024 no Rio Grande do Sul afetaram mais de 90% do estado, deslocando centenas de milhares de pessoas e causando 172 mortes. O fenômeno El Niño Oscilação Sul foi considerado importante para explicar a variabilidade nas chuvas observadas, consistente com pesquisas anteriores que mostram que eventos anteriores de fortes chuvas na área ocorreram durante anos de El Niño. Isso mostra a necessidade de avaliar objetivamente o risco e reforçar a infra-estrutura para inundações para aumentar a resiliente a esta e futuras enchentes, ainda mais extremas. |