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Arlindo Phillipi Junior e Marcos Kisil são os novos professores seniores do IEA

por Mauro Bellesa - publicado 16/09/2024 13:10 - última modificação 23/09/2024 09:26

Dois professores titulares da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Arlindo Phillipi Jr. e Marcos Krisil, recém-aposentados, agora se tornaram professores seniores do IEA, onde darão continuidade a seus projetos de pesquisa e realizarão outras atividades.

Arlindo Phillipi Jr. e Marcos Krisil
Os sanitaristas Arlindo Phillipi Jr. (esq.) e Marcos Kisil

Dois professores titulares da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Arlindo Phillipi Jr. e Marcos Kisil, recém-aposentados, agora se tornaram professores seniores do IEA, onde darão continuidade a seus projetos de pesquisa e realizarão outras atividades.

Phillipi Jr. trabalhará durante dois anos no projeto “Experimentações Urbanas na Perspectiva de Soluções Inovadoras para Cidades Resilientes e Sustentáveis”, tendo a cidade de São Paulo como “laboratório vivo”. O estudo está conectado com projetos desenvolvidos no Centro de Síntese USP Cidades Globais, no Programa USP Eixos Temáticos e no Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar e Interinstitucional (Nupis). A intenção é fortalecer sinergias e promover transformação urbana sustentável.

“Ao tratar as cidades como ‘urbsistemas’ – sistemas complexos em rede que dependem de fluxos contínuos de materiais, energia e informações -, o projeto propõe uma abordagem sistêmica para enfrentar desafios urbanos, como mudanças climáticas e desigualdades sociais”, explica Phillipi Jr.

A proposta explora o que ele chama de “teias urbanas”, redes interconectadas que reorganizam serviços essenciais, aproximando-os dos cidadãos e promovendo uma melhor qualidade de vida. Para isso, integra conhecimentos das ciências sociais, engenharia, ciências ambientais e outras áreas. As atividades incluem seminários, simpósios e o desenvolvimento de projetos editoriais.

Ele dará especial atenção à relevância de políticas públicas e da participação social nos processos de planejamento, gestão e avaliação de cidades resilientes, visando a criação de modelos replicáveis para outras metrópoles.

Phillipi Jr. é formado em engenharia civil pela UFSC e em engenharia sanitária e ambiental pela USP. Tornou-se mestre, doutor e livre docente pela FSP-USP, tendo realizado pesquisa de pós-doutorado em estudos urbanos e regionais no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. Aperfeiçoou-se na área ambiental em cursos de instituições do Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

Na USP, atualmente é chefe do Gabinete do Reitor e membro do Conselho Deliberativo do Incline (Interdisciplinarity Investigation Center on Climate Change). Foi pró-reitor e pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, prefeito do campus de São Paulo, chefe do Departamento de Saúde Ambiental e presidente da Comissão de Pós-Graduação da FSP-USP.

Ele é membro do Conselho Superior de Meio Ambiente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Foi membro titular do Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e exerceu funções de direção no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Coordenou a área de Ciências Ambientais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do MCTI.

A participação de Marcos Kisil no IEA prevê a coordenação, pelos próximos três anos, do projeto “Avaliação de Ambientes de Inovação: Modelos e Práticas Filantrópicas nas Santas Casas de Misericórdia do Estado de São Paulo”, vinculado ao Grupo de Estudos de Modelos de Apoio à Ciência (Gema Filantropia) do IEA e à FSP-USP. O propósito do projeto é avaliar de forma sistêmica – “numa abordagem de assessment voltada à melhoria, não de evaluation voltada a julgamento” – as políticas das santas casas para inovações em suas práticas filantrópicas.

Segundo Kisil, essa apreciação subsidiará a construção de modelos de governança, instrumentos de política, indicadores e ferramentas de gestão pública, considerando as especificidades de cada ambiente e unidade. A partir dessa avaliação, o projeto desenvolverá ações colaborativas entre os agentes e instituições que compõem esse ecossistema, visando a desenvolver ambiente dinâmico e interativo para apoiar a construção de uma plataforma para mobilização de recursos.

Sua outra atividade será um estudo prospectivo para a formação de líderes e recursos humanos para unidades de mobilização de recursos no âmbito da USP, também vinculado ao Gema Filantropia e à FSP-USP. Ele explica que se trata de projeto para capacitar integrantes da Universidade com conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a mobilização de recursos de forma eficaz e o desenvolvimento de propostas para diferentes projetos e iniciativas de apoio ao desenvolvimento da USP, em suas funções de ensino, pesquisa e prestação de serviços à sociedade.

O conjunto de estudos previstos buscará articular demandas concretas dos departamentos e unidades da Universidade. Serão realizados estudos multimétodos para avaliação de eficácia, efetividade e impacto (de curto prazo) de elementos conceituais, curriculares, pedagógicos e tecnológicos constitutivos da intervenção a ser implementada pelo programa de ensino.

Em paralelo a essas pesquisas, Kisil continuará a desenvolver planos de trabalho e atividades no Gema Filantropia, além de colocar-se à disposição para coorientação de pós-graduandos e supervisão de pós-doutorandos, entre outras ações.

Livre docente pela FSP-USP, Kisil graduou-se na Faculdade de Medicina (FM) da USP, onde obteve o título de mestre em medicina preventiva. Tornou-se doutor em administração pública pela Universidade George Washington, EUA. Kisil dedica-se à saúde coletiva, com ênfase em administração hospitalar, atuando principalmente nas áreas de cidadania, sociedade civil, investimento social privado, filantropia e gestão de saúde.

Atualmente, integra o Conselho da Fundação Amor Horizontal, é membro fundador da Fundação Escola Aberta do Terceiro Setor e presidente do Conselho da Save Brasil/Birds Life. É ex-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis).

Fotos: Marcos Santos/Jornal da USP e Leonor Calasans/IEA-USP