Cátedra apresenta relatório sobre qualidade da educação em Cordeirópolis (SP)
[Texto de Marília Rocha - Assessoria de Comunicação da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira]
A análise cuidadosa de dados pode auxiliar as redes de ensino a conhecerem cada vez mais seus pontos fortes e desafios a serem vencidos. Este foi um dos objetivos do relatório da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira para a Secretaria de Educação do município de Cordeirópolis (SP). O material com resultados de um estudo personalizado faz parte de uma parceria em busca de melhores índices de aprendizagem para todos os estudantes, que contou também com cursos e formações e teve apoio da Fapesp.
“A gente precisa ter um eixo comum enquanto rede, mas entender as diferenças entre as escolas e atuar em cada uma segundo o que ela precisa. Se você olhar só um resultado de um indicador, não vai saber qual é o desafio que você pode superar”, analisou o titular da Cátedra, Mozart Neves Ramos, durante a reunião com a equipe da secretaria e na presença do Prefeito de Cordeirópolis, José Adinan Ortolan.
Por meio da pesquisa, a equipe da Cátedra utiliza métodos estatísticos para analisar cinco indicadores e compreender quais os principais fatores que diferenciam o desempenho entre escolas, considerando: o percentual de alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa e em matemática, a nota padronizada do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o fluxo escolar e a distorção idade-série, ou seja, quantos estudantes têm dois ou mais anos de idade acima do esperado para cada série. Além disso, na comparação entre os dados de 2017 e 2019, o relatório mostra a trajetória no desempenho de cada escola, indicando tendências de melhoria ou pontos de atenção.
A análise de Cordeirópolis mostrou que o município tem baixa desigualdade no desempenho entre as escolas e identificou uma unidade que teve o maior avanço no desempenho entre 2017 e 2019, sugerindo que pode ter realizado boas práticas de gestão capazes de inspirar escolas que eventualmente estejam enfrentando maiores desafios.
“No início do nosso trabalho, fizemos uma grande movimentação na equipe, e posicionamos como gestora desta escola a pessoa que era coordenadora de uma outra unidade que já tinha tido bom desempenho. A análise nos mostrou que tivemos um bom resultado ao tomar esta decisão”, compartilhou a secretária de Educação, Angelita Ortolan.
A sugestão do titular da Cátedra é que, a partir das análises feitas, a rede promova uma troca de experiências entre os profissionais para identificar como as boas práticas podem ser multiplicadas. “Seria importante criar uma comunidade de referência que possa dar sugestões quando outros profissionais estiverem diante de situações desafiadoras, ter gente disposta a colaborar e ajudar na tomada de decisão, tanto nas escolas quanto na análise de dados da secretaria, buscando parâmetros para o desenho de políticas educacionais”, defendeu Mozart.
A própria equipe de Cordeirópolis também passou pelo curso de formação de técnicos para análise de dados, promovido pela Cátedra no primeiro semestre deste ano. “Participar do curso foi maravilhoso, a equipe foi muito atenciosa. No dia seguinte, já conversamos com nossos técnicos sobre tudo o que aprendemos e utilizamos o conhecimento para preparar materiais da própria Secretaria”, afirmou Eliane Boteon, que é coordenadora do Ensino Fundamental na rede municipal.
Projeto apoiado por edital da Fapesp
Cordeirópolis é um dos cinco municípios beneficiados pela pesquisa da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira selecionada por meio do edital Proeduca, da Fapesp. Jundiaí, Ribeirão Preto, Batatais e Francisco Morato também receberam as análises personalizadas, com objetivo de subsidiar mudanças ou aperfeiçoamentos nas políticas educacionais locais.
“Quero destacar a importância de cada município que aceitou participar deste projeto conosco, foi muito importante estar ao lado de pessoas que acreditaram nessa proposta”, destacou Mozart. “O conhecimento tem que ser dinâmico, não adianta nós, da academia, ficarmos em uma sala pensando em quais ideias queremos promover, para depois levar pronto para alguém, isso não funciona. É preciso ouvir e saber quais contribuições são mais necessárias”, defendeu, convidando as profissionais da rede a analisarem as propostas de ações da Cátedra para 2024.