Conceição Evaristo coordena disciplina de pós-graduação na USP sobre “escrevivência”
ATUALIZAÇÃO: Os alunos devem acompanhar a situação de suas matrículas pelo Sistema Janus.
O programa da escritora Conceição Evaristo como titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência deu origem a uma disciplina de pós-graduação na USP. Com 35 vagas, "Escrevivência: sujeitos, lugares e modos de enunciação - corpus literário em diferença" será ofertada este semestre.
As aulas acontecerão de 6 de março a 19 de junho, às 14h30 das segundas-feiras, sendo algumas presenciais (no IEA-USP) e outras online (via Zoom). Alunos matriculados no mestrado ou doutorado da USP, de qualquer curso, podem se inscrever de 8 a 17 de fevereiro (ver atualização acima), via sistema Janus. Veja a programação abaixo.
Além de Conceição, o corpo docente inclui ainda Calila das Mercês Oliveira, pós-doutoranda da cátedra, que atuará como professora colaboradora, e palestrantes convidados. Martin Grossmann, professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP e coordenador Acadêmico da Cátedra, divide a coordenação do curso com a escritora.
O objetivo da disciplina é apresentar o conceito de “escrevivência” na literatura, discutindo sua utilização como suporte teórico para o desenvolvimento de pesquisas e produção crítica em diversas áreas do conhecimento, assim como mote de criação para produtos artísticos que pretendam mostrar o cotidiano de sujeitos e grupos subalternizados em seus processos de resistência. Também serão exploradas formas de utilização do conceito em sala de aula, como incentivo para a criação de textos escritos, desenhados ou pintados sobre o indivíduo e seu entorno.
Segundo os coordenadores, o curso se justifica pela necessidade de reconhecer e valorizar os "’brasis’ diversos que nos compõem, para nos livrar do ‘perigo de uma história única’, como adverte Chimamanda Ngozi Adichie”. Eles defendem que é preciso conhecer, valorizar e incorporar em todos níveis da educação diferentes epistemes e visões de mundo oriundas de comunidades minorizadas pelo poder.
Programação
Módulo 1: Das africanas e suas descendentes escravizadas: o silêncio que se transforma em voz da coletividade
06/03 - Aula 1 (presencial): Apresentação do curso e das pessoas participantes
13/03 - Aula 2 (online): A mãe da prole da Casa-Grande – Lendo Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala
20/03 - Aula 3 (online): Nos labirintos do silêncio de Anastácia: um grito de muitas vozes
27/03 - Aula 4 (online): Encerramento do Módulo 1 - Conferência: É possível ler a representação da Mãe Preta na pintura, na fotografia e na música brasileira, como arte da escrevivência?
Módulo 2: Das empregadas domésticas em seus pequenos quartos ampliados pela Escrevivência
03/04 - Aula 5 (online): Ditinha (Becos da Memória), Biliza (Ponciá Vicêncio ), Maria e Natalina de (Olhos D’água), Maria do Rosário Imaculada dos Santos (Insubmissas lágrimas de Mulheres), Andina Magnólia (Histórias de Leves enganos e Parecenças) - personagens em Escrevivência
10/04 - Aula 6 (presencial): Serão elas solitárias?
17/04 - Aula 7 (online): Da Escrevivência de Carolina Maria de Jesus e de Preta Rara
24/04 - Aula 8 (online): Debate
Módulo 3: Escrevivência e epistemes afrodiaspóricas
08/05 - Aula 9 (online): Escrevivência e performance: quando o corpo-voz se inscreve para além do espaço fora do papel
15/05 - Aula 10 (online): Escrevivência em diálogos para além das fronteiras nacionais
22/05 - Aula 11 (online): Seminário apresentado pelos alunos
29/05 - Aula 12 (presencial): Seminário apresentado pelos alunos
Módulo 4: Escrevivência como rasura de um discurso acadêmico – Quando o “eu-acadêmico” fala de “nós”
05/06 - Aula 13 (presencial): Seminário
12/06 - Aula 14 (presencial): Seminário
19/06 - Aula 15 (presencial): Seminário