Conferência avalia o papel da Rússia na mudança do cenário geopolítico global
Os avanços bélicos anunciados pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, em discurso no dia 1° de março, estão sendo encarados por setores da mídia internacional como indicadores para uma nova Guerra Fria, ao mesmo tempo que se questiona a existência de todos os armamentos apresentados. Segundo Putin, dentre outros equipamentos, há um míssil que pode, em teoria, atingir qualquer ponto da Terra. Mas, para o jornalista mexicano Lorenzo Carrasco, estes e outros avanços tecnológicos protagonizados pela Rússia caracterizam um balanceamento no eixo geopolítico global, que agora flui do bloco anglo-americano para o eurasiático.
Carrasco é editor do Boletim Solidariedade Ibero-Americana. O moderador do encontro será Gildo Magalhães dos Santos, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e coordenador do grupo que organiza a conferência.
A ascensão do eixo geopolítico eurasiático representa, para Carrasco, “uma perspectiva singular para a construção de um novo ordenamento mundial, que permita trocar as hegemonias e confrontações militarizadas do ‘governo mundial’ anglo-americano pela cooperação internacional para o pleno desenvolvimento dos potenciais criativos da humanidade”. Um dos maiores sintomas deste avanço, segundo eles, é a recente onda russa de inovação científica e militar, cujos resultados foram apresentados por Putin no dia 1º de março.