Um debate sobre as contribuições que a COP 20 pode dar à negociação do clima
Mudanças nas precipitações de chuva no final do século 21 de acordo com projeções da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) do governo americano (em polegadas de água líquida por ano) |
A 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 20), que se realiza na primeira quinzena de dezembro, em Lima, Peru, terá especial importância como parte do processo de negociação de um novo acordo climático mundial a ser assinado em Paris, França, em 2015.
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A expectativa é de que a conferência esclareça quais são os principais desafios, bloqueios e possibilidades existentes na trajetória desse complexo processo de negociação, o qual, se chegar a bom termo, poderá levar à concretização de um acordo global com respostas à crise climática.
O que se pode esperar de fato da COP 20? Poderão ser definidas as bases reais para um novo acordo climático, que engaje e comprometa todas as ações para a redução dos impactos negativos no clima a partir de agora? Essas questões serão discutidas no debate COP 20: O Que Podemos Esperar?, que o Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade, com apoio do Núcleo de Apoio à Pesquisa Mudanças Climáticas (Incline), realiza no dia 26 de novembro, às 14 horas, no IEA, com transmissão ao vivo pela web.
O encontro terá como debatedores Eduardo Felipe Pérez Matias (Nogueira, Elias, Laskowski e Matias Advogados), Ricardo Baitelo (Greenpeace Brasil) e Wagner Costa Ribeiro (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e IEA). A discussão será moderada pelo coordenador do grupo de pesquisa Pedro Roberto Jacobi (Faculdade de Educação da USP e IEA).
De acordo com Jacobi, os bloqueios e argumentos que dificultam a adoção de compromissos efetivos pelas partes pode levar a um agravamento do progressivo esvaziamento da governança multilateral sobre as mudanças climáticas: "Como controvérsia central do processo negociador, a diferenciação pode criar novas bases no sentido de avançar para as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas".
De acordo com Jacobi, as controvérsias centrais — associadas com as diferenças — são o grau de responsabilidade e a capacidade de cada país quanto à forma de medir e o que teria condições de fazer para contribuir principalmente para as ações de adaptação às mudanças climáticas, já que a mitigação depende de acordos em escala global. Para ele, o acordo entre os EUA e a China assinado em 12 de novembro sobre descarbonização é insuficiente, mas sinaliza mudanças de posicionamento dos principais players.