Energia limpa será tema do primeiro encontro do Programa Eixos Temáticos da USP
O eixo temático Energia reúne 12 pesquisadores da USP e é coordenado pelos professores José Roberto Cardoso, da Escola Politécnica (EP), e Sueni Teixeira Coelho, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE). Nesta primeira fase de consulta à sociedade civil organizada, o grupo ouvirá personalidades do setor, "para poder identificar, com a segurança devida, tendências que permitam ao grupo definir políticas públicas que sejam úteis para as cidades, estados e o país nesta década", afirma Cardoso. A presença do público nessa e em outras audiências também faz parte do desenvolvimento do trabalho, "pois as preocupações externadas nos debates serão contempladas na formação do pensamento uspiano sobre a temática".
Os expositores do seminário serão:
- Erik Rego, professor (afastado) do Departamento de Engenharia de Produção da EP e diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia; é mestre em energia e doutor em ciências pelo IEE; atuou por mais de 20 anos em banco de investimento e empresa de consultoria;
- Antônio Varejão Godoy, atual diretor da Sensatto Energia, professor convidado da FGV e professor assistente da Universidade Estadual de Pernambuco; é mestre em engenharia elétrica pela Unicamp com especialização em finanças empresariais pela FGV-RJ; foi funcionário por mais de 30 anos da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf);
- Solange David é conselheira e vice-presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, mestre e doutora em engenharia elétrica pela EP-USP, historiadora e advogada; integra o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e a Comissão de Direito da Energia da OAB-SP.
- Agnes Costa é diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), especialista em economia de energia e de mineração e integrou o Conselho de Administração da Norte Energia S.A. e o Conselho Fiscal da Eletrobras; foi assessora especial em assuntos econômicos do ministro de Minas e Energia de 2005 a 2019.
Contexto
É raro o dia em que não apareçam na grande imprensa opiniões de especialistas, preocupações das entidades de classes de várias categorias e comentários de influenciadores de redes sociais sobre cenários cujo principal insumo envolvido seja a energia, destaca Cardoso. "Pelo lado da demanda, a energia para a mobilidade, para a agricultura, para novos processos industriais, para o blockchain e para outros usos é, a nosso ver, o que causa maior preocupação para a sociedade, diante da enorme dependência deste insumo para a sobrevivência."
No entanto, poucos se preocupam com o lado da oferta de energia, afirma o professor. As fontes renováveis clássicas tais como a hidráulica, eólica e fotovoltaica são suficientes para suprir nossas necessidades presentes e futuras de energia limpa, avalia.
Para ele, apesar de vista com viés impopular, a energia oriunda de combustíveis fósseis ainda pode fornecer grandes contribuições a partir de uma boa gestão de seu uso. "Quanto à energia nuclear, nem se fala. Sua impopularidade é enorme e a grande maioria, refratária ao seu uso, é contra por que é contra, sem dar justificativa robusta para essa rejeição."
Energia: Até onde Podemos Ir? - Programa Eixos Temáticos da USP
1º de julho, 14h
Seminário online público e gratuito com transmissão ao vivo pela internet (não é preciso se inscrever)
Mais informações: com Sandra Sedini (sedini@usp.br), telefone (11) 3091-1678
Página do evento
Foto: CoyoteBR/Wikimedia