Eliana Sousa Silva passa a ser professora visitante do IEA
A pesquisa tem ação em três frentes: 1. Centralidades Periféricas; 2. Conexões com as Periferias; e 3. Pontes e Vivências de Saberes. A primeira delas, concluída no início de 2019, consistiu na realização de um ciclo de diálogos entre integrantes do mundo universitário e artistas, intelectuais e ativistas das periferias brasileiras. As outras duas frentes já foram iniciadas, mas exigem um trabalho de médio prazo, que continuará sendo liderado por Eliana até a sua conclusão, em meados de 2020.
A iniciativa Conexões com as Periferias consiste na criação de uma plataforma digital para maior aproximação da USP com as áreas periféricas ao campus da capital (Butantã e Ermelino Matarazzo). A iniciativa parte do reconhecimento do papel fundamental que a Universidade tem na construção de sociedades menos desiguais e violentas, a partir do seu engajamento com as demandas reais da população. Nesse sentido, serão identificadas as pesquisas e as ações de extensão da USP que tenham como foco as periferias. A plataforma também receberá sugestões de estudos sobre/com as periferias e de formas de ampliar a democratização do acesso e a permanência de grupos sociais populares na Universidade.
Em Pontes e Vivências de Saberes o objetivo é a realização de um censo para a produção de um diagnóstico sociocultural e econômico das comunidades vizinhas ao campus capital (Butantã e USP Leste), com ênfase para o perfil geral das populações que ali residem, incluindo-se suas demandas, características e formas de relacionamento histórico com a USP. O objetivo é produzir dados que subsidiem a identificação de demandas sociais, bem como incentivar à formulação de propostas a serem apresentadas ao poder público e a instituições privadas.
O projeto de Eliana pauta-se no reconhecimento da importância das periferias brasileiras em relação à sua produção de conhecimentos e, ainda, pela afirmação de novos sujeitos que se manifestam a partir de diferentes expressões artísticas e culturais.
Ela acredita que há um grande distanciamento entre o que é produzido nas universidades e o que a sociedade, em geral, demanda, em particular as populações dos territórios empobrecidos. Também defende que o acesso e a aproximação às produções das periferias são fundamentais para construir a necessária conexão entre os diferentes segmentos das universidades e a sociedade em sua diversidade.
Ao final de dois anos de atividades - somando-se o período como catedrática e como professora visitante -, Eliana espera criar no IEA um ambiente favorável e amistoso para o encontro entre a comunidade universitária pessoas dos campos artísticos e culturais de diferentes periferias e favelas do Brasil. Todas as atividades devem, a seu modo, estimular a reflexão sobre as ações afirmativas dirigidas aos grupos sociais populares e raciais no âmbito da USP, a fim de contribuir para sua ampliação e consolidação.