Encontro busca soluções para o futuro imediato na interface Educação Básica e Superior
Intitulado “Fobreav e Cátedras de Educação – Propostas para Educação, Ciência e Tecnologia”, o encontro presencial está sediado no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sob a coordenação de Naomar Almeida Filho, titular da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica (IEA-USP) e Ana Célia Castro (CBAE/UFRJ), ocorre em formato de oficina composta por painéis de debates, com leitura de documentos prévios, e sessões brainstorming para sistematizar possíveis encaminhamentos institucionais.
Coordenam as sessões, além de Naomar e Ana Célia: Bernardete Gatti (IEA/USP), Carmen Teresa Gabriel (Complexo de Formação de Professores/UFRJ), Maria Fernanda Elbert (Cátedra Universidade do Futuro/UFRJ), Marília Zaluar Guimarães (CpE/UFRJ), Ricardo Henriques (UFF, Instituto Unibanco), Roseli de Deus Lopes (IEA/USP) e Roberto Lent (CpE/UFRJ).
“Em todo o mundo, o setor da educação constitui espaço de políticas públicas crucial para o desenvolvimento econômico e social, o que requer investimentos orientados para compensar vetores de assimetrias e desigualdades. Na oferta de educação pública, emergem disparidades sociais com relação ao acesso à qualidade diferencial dos processos de ensino-aprendizagem, principalmente nos níveis iniciais do sistema de educação, e às novas tecnologias”, afirmam os organizadores.
De acordo com eles, “com a pandemia da Covid-19, a recuperação dos atrasos escolares impostos por medidas de controle baseadas em isolamento e distanciamento físico, bem como a redução das iniquidades educacionais aprofundadas pela crise sanitária, requerem tomar a Educação Básica como pauta política urgente”.
Os participantes pretendem “buscar respostas concretas a desafios atuais: das sequelas da pandemia aos problemas crônicos dos sistemas públicos de ensino, da questão da formação de professores para a escola básica à inclusão social no ensino superior; na melhor qualidade da educação pública e gratuita; nos desafios da ciência e da tecnologia num contexto de transições profundas”.
Ressaltam ainda que, no atual contexto de transição política complexa, “a prospecção de inovações curriculares e pedagógicas orientadas pelas ciências da aprendizagem e formações interdisciplinares por áreas de conhecimento e por temas contemporâneos transversais devem contribuir para políticas públicas viáveis no campo da Educação Básica”.
Com base em documentos preparatórios, pelo menos oito propostas devem ser fundamentadas teoricamente e desdobradas pragmaticamente pelos integrantes da reunião:
1.Consórcios Estaduais de Educação Superior para formação inicial e continuada de professores;
2. Complexos Integrados de Educação, na interface educação básica e educação superior, articulados aos polos de cultura previstos na nova política cultural;
3. Licenciaturas Interdisciplinares, articuladas a uma segunda licenciatura para professores da rede pública;
4. Colégios Universitários em rede com institutos federais e estaduais, universidades multi-campi e instituições isoladas, priorizando formação de professores;
5. Redes metapresenciais de co-aprendizagem integrando universidades, colégios universitários, institutos, escolas da rede pública e polos de cultura por meio de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação);
6. Propostas das Cátedras de Educação presentes com vistas à maior articulação entre elas.
7. Propostas de ação conjunta dos Institutos e Centros do Fobreav com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais para a implementação de novas capacidades e capacitações;
8. Discutir a elaboração de prioridades e propostas de Ciência e Tecnologia por parte dos Institutos e Centros do Fobreav.
Desafios estratégicos
O Fórum Brasileiro de Estudos Avançados (Fobreav) foi criado em agosto de 2015 por dirigentes dos institutos e centros de estudos avançados de universidades brasileiras, reunidos na Universidade Federal de Minas Gerais, como espaço de ação e reflexão crítica criativa sobre os desafios estratégicos na implementação de estudos e pesquisas prospectivas de caráter interdisciplinar.
Segundo a carta de criação, o Fórum “se propõe a conceber e desenvolver iniciativas e programas visando a integração entre universidades, governo, empresas e organizações sociais, por meio da construção de redes de produção de conhecimento baseadas na inter e transdisciplinaridade e na responsabilidade pública do conhecimento”.
O documento também diz que a iniciativa “deve contribuir para a mundialização da Universidade brasileira e a ampliação e fortalecimento da rede de institutos avançados. Considera a transversalidade como fundamental para a produção da ciência, da cultura e das tecnologias, a fim de incrementar o desenvolvimento científico, sócio-econômico e cultural do país”.