A ciência perde Gerhard Malnic, um dos principais fisiologistas do Brasil
O IEA soma-se às manifestações de pesar de várias instituições e solidariza-se com os familiares e amigos do professor Gerhard Malnic, morto neste sábado, 25 de fevereiro, aos 89 anos. A Reitoria da USP decretou luto oficial hoje, 27.
Considerado o grande expoente da pesquisa em fisiologia renal no Brasil, Malnic era professor emérito do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), do qual foi diretor no período 1989-1993, e professor honorário do IEA, que dirigiu no biênio 2002/2003.
Além de diretor, foi vice-diretor e coordenador da Área de Biologia Molecular e da Área de Política Ciêntífica e Tecnológica (no final dos anos 80 e início dos anos 90) do Instituto.
O diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, manifestou assim os sentimentos do Instituto diante da perda de Malnic:
"O IEA está de luto. O professor Malnic está no DNA do nosso Instituto. Integrou o Grupo de Estudos para a criação do IEA, estabelecido pelo então reitor José Goldemberg nos idos de 1986. Integrou o primeiro Conselho Diretor do recém-criado Instituto, foi nosso vice-diretor e diretor. Recentemente fez um encantador depoimento para o livro que relata a trajetória do IEA, em fase final de elaboração. Cientista notável, educador venerado, gestor competente e sensível, personalidade inspiradora e afável, sua falta será sentida. A sua memória trará recordações agradáveis para os que tiveram a ventura de com ele conviver. E ajudará a iluminar os caminhos da USP, em especial os dos entes universitários que liderou diretamente – o ICB e o IEA."
Filho de austríacos nascido em Milão, Itália, Malnic veio para o Brasil com quatro anos de idade e naturalizou-se brasileiro em 1956. Formou-se na Faculdade de Medicina (FM) da USP em 1957 e concluiu seu doutorado, sob a orientação do professor Alberto Carvalho da Silva, em 1960.
Realizou suas pesquisas de pós-doutorado nos Estados Unidos de 1961 a 1964, primeiro na Universidade Tulane, com bolsa da Fundação Rockefeller, e depois no Escola Médica da Universidade Cornell. Ao voltar à FM-USP, criou laboratório para dois métodos experimentais (micropunção e microperfusão renal) inéditos no país.
Malnic publicou dois livros, 15 capítulos de livros e mais de 140 artigos em periódicos especializados internacionais. Orientou uma dezena de dissertações de mestrado e duas dezenas de teses de doutorado.
Malnic era viúvo da também professora da USP Margot Petry Malnic. O velório acontece hoje, 27, das 12 às 16h, no Funeral Arce Morumbi (av. Giovanni Gronchi, 1.358, São Paulo).