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Grupo do IEA publica nota em apoio ao Programa Cozinhas Solidárias

por Lívia Uchoa - publicado 24/02/2025 11:35 - última modificação 24/02/2025 11:36

Nota em Apoio ao Programa Cozinha Solidária apresentada pelo Grupo de Pesquisa de Nutrição e Pobreza do IEA em 21 de fevereiro de 2025.

Nota em Apoio ao Programa Cozinha Solidária apresentada pelo Grupo de Pesquisa de Nutrição e Pobreza do IEA em 21 de fevereiro de 2025.

Apesar de estar consignado na Constituição Brasileira, o direito à Alimentação não é exercido por todos, mesmo quando há tanto conhecimento e recursos para promover a sua efetivação.

Os paradoxos que marcam a história da fome ainda estão presentes. Vivemos um tempo de tecnologias sofisticadas, que nos permitem ter notícias de um acontecimento instantaneamente em escala global, mas ainda temos violações de direitos sociais essenciais.

O acesso desigual às riquezas condena milhões de pessoas, no mundo todo, a vivenciar privações diversas, entre elas a privação à comida.

Em cenários como este, a existência de Cozinhas Solidárias traz respostas e oferece oportunidades de acolhimento a quem precisa. O Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza, do Instituto de Estudos Avançados da USP, há mais de 20 anos acompanha e estuda a temática da alimentação, sempre ao lado de gestores públicos e de profissionais que estão à frente dos serviços e em contato com as pessoas.

O Programa Cozinhas Solidárias, que reconhece e dá apoio a essa tecnologia social construída pela sociedade civil para oferecer refeições em territórios vulnerabilizados, constitui uma ação de política pública da mais alta relevância. Uma grande equipe de pesquisadores no Brasil, ao lado de gestores públicos e movimentos sociais, têm estudado as Cozinhas Solidárias, por meio de projeto de pesquisa conduzido no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Combate à Fome.

Conhecedores desta realidade, acompanhamos com preocupação as denúncias sobre uso inadequado de recursos públicos, que podem desqualificar o Programa Cozinhas Solidárias como um todo. Esperamos que as apurações de irregularidades sejam rigorosas e tragam os esclarecimentos que a sociedade merece conhecer. Contudo, atestamos que há um contingente de mais de 2.300 unidades de Cozinhas Solidárias pelo país que seguem desenvolvendo um grande trabalho, que pode ser afetado gravemente caso os apoios sejam ameaçados por uma percepção negativa da sociedade.

Em defesa do Programa Cozinhas Solidárias, manifestamos nosso apoio ao seu fortalecimento, e seguimos no compromisso de trabalhar para que a ciência contribua para o aprimoramento constante dessa importante política pública.