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As várias faces da nova era de geração hidrelétrica na Amazônia

por Flávia Dourado - publicado 09/05/2014 09:35 - última modificação 10/02/2015 15:34

O tema será debatido no encontro Amazônia: A Antiga e a Nova Fronteira Hidrelétrica do Brasil, que o IEA realiza no dia 14 de maio, às 14 horas.

Amazônia - capaOs aspectos econômicos, sociais e ambientais envoltos no trinômio floresta amazônica, clima e geração de energia serão analisadas no debate Amazônia: A Antiga e a Nova Fronteira Hidrelétrica do Brasil, que se realiza no dia 14 de maio, às 14 horas, na Sala de Eventos do IEA. (Não há mais vagas para inscrições, mas os interessados podem assistir ao evento ao vivo pela web.)

Os debatedores do encontro serão Célio Bermann, professor do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEE) da USP, com participação por Skype; Gustavo Tosello Pinheiro, coordenador de infraestrutura inteligente da The Nature Conservancy (TNC) no Brasil; João Andrade, coordenador da Iniciativa Defesa Socioambiental do Instituto Centro de Vida (ICV); e Pedro Bara Neto, pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Organizado pelo Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA, em parceria com o IEE e o Grupo de Pesquisa em Planejamento e Gestão Ambiental (Plangea) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), ambos da USP, o encontro se concentrará em duas questões centrais:

  • qual o cenário de conflitos e desafios socioambientais que se avizinha com a intensificação do planejamento de aproveitamentos hidrelétricos na Amazônia?
  • que experiências existentes em desenvolvimento local, proteção ambiental e análises de eventos climáticos extremos representam oportunidades para a inserção desses temas nas diversas escalas do planejamento hidrelétrico da Amazônia?

 

DESDOBRAMENTOS TEMÁTICOS

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Vídeo e Fotos do evento.

A Amazônia brasileira detém 51% de todo o potencial hidrelétrico do país. Mas, segundo Evandro Moretto, professor da EACH-USP, apenas uma pequena parte desse potencial é explorado, visto que a maioria das usinas da região foi construída nos anos 1960 e 1970, sendo que nas duas décadas seguintes não houve uma ampliação significativa na infraestrutura de geração de energia.

Somente nos anos 2000 o Brasil voltou a investir maciçamente em obras para expandir a capacidade de aproveitamento hidrelétrico da Amazônia. Conforme aponta Moretto, que atuará como mediador no debate, está prevista a instalação de mais de 150 hidrelétricas na região, entre as quais se destacam as de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira; a de Belo Monte, no rio Xingu; e o projeto para as bacias dos rios Tapajós e Negro.

De acordo com o professor, as discussões em torno dessa retomada envolvem uma série de desdobramentos temáticos — como eventos climáticos, preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico —, que serão abordadas no encontro. Como exemplo, o mediador cita o período de estiagem prolongada deste verão, que, em plena temporada de chuvas, levou ao desabastecimento de grandes reservatórios de água do Sudeste e do Centro-Oeste, "enquanto as comportas das usinas do Madeira eram abertas para deixar passar a maior vazão da história do rio, no rastro de milhares de desabrigados à montante e à jusante dos barramentos".

Moretto menciona, ainda, o particularismo da situação da região amazônica: se, por um lado, sofre os impactos ambientais de grandes projetos de infraestrutura, por outro, é  privilegiada por diversas ações de proteção ambiental e de desenvolvimento local, "as quais não devem ser negligenciadas no planejamento de aproveitamentos hidrelétricos, sob pena das novas usinas serem muito mais impactantes e conflituosas do que já é Belo Monte".

EVENTO

A realização do debate conta com o apoio de: Fapesp, Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) do IEE-USP, TNC, Associação Brasileira de Avaliação de Impacto (Abai) e ICV.