IEA e Instituto Meira Mattos negociam acordo de cooperação
A partir da esq.: Valtir de Sousa, Guilherme Ary Plonski, Ariela Leske, Mariana Montez Carpes, Wanderley Messias da Costa, Fernando Augusto Valentini da Silva e Paulo Saldiva |
O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e o Instituto Meira Mattos de Estudos Políticos e Estratégicos (IMM) da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) iniciaram negociações para a assinatura de um acordo de cooperação acadêmica e de pesquisa. Além da realização de debates sobre temas estratégicos para o Brasil, a iniciativa poderá evoluir para a criação de um grupo de pesquisa nos quadros do IEA, sobre defesa e segurança nacional.
“O IEA e o Instituto Meira Mattos são instituições que possuem convergências em áreas que visam a pensar o Brasil de forma estratégica, buscando a inovação e novas formas de lidar com grandes desafios. O conceito de defesa engloba um amplo espectro, seja temas de guerra, segurança de várias naturezas, questões humanitárias e de saúde, ou mesmo logística, indústria de defesa, infraestrutura e muitas outras. É possível que a parceira evolua para a criação de um grupo de pesquisa sobre o tema no IEA e também para o oferecimento de disciplinas de pós-graduação”, afirma o vice-diretor do IEA, professor Guilherme Ary Plonski, que participou de reunião no dia 9 de novembro no IEA com representantes do Instituto, da reitoria da USP e da ECEME.
Com a iniciativa, a ECEME pretende atrair jovens da sociedade civil e militares para os cursos de pós-graduação em Ciências Militares daquela instituição, visando à ampliação do intercâmbio entre o Exército e a comunidade acadêmica, em conformidade com as diretrizes do Comandante do Exército e da Sistemática de Planejamento Estratégico do Exército (SIPLEx), segundo informações do tenente-coronel Fernando Augusto Valentini da Silva.
“O ECEME já possui acordos de cooperação com outras universidades, como as federais de Pernambuco e do Rio Grande do Sul. Buscar uma parceria com a maior universidade da América Latina é ampliar a discussão sobre defesa, segurança nacional e soberania, áreas de enorme transversalidade. Esses temas devem ter o envolvimento de toda a sociedade e não ficar restritos apenas aos estamentos militares”, afirma Valentini da Silva, que é chefe do departamento de pesquisas e pós-graduação do IMM.
O curso de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Militares foi avaliado pela CAPES com notas três (mestrado acadêmico) e quatro (doutorado) e oferece, gratuitamente, pós-graduação strictu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) para civis e militares e lato sensu (especialização) para militares interessados em seguir carreira de alto nível na corporação militar ou estruturas organizacionais voltadas às estratégias de defesa nacional. Possui uma área de concentração, “Defesa nacional”, e duas linhas de pesquisa: “Gestão da defesa” e “Estudos da paz e da guerra”. Os editais dos processos seletivos estão aqui.
Com o acordo de cooperação e a expectativa de um maior número de acadêmicos nos cursos de pós-graduação da ECEME, a instituição espera contribuir para a formação de um banco de talentos para a futura carreira de Analista de Defesa de Estado, que vem sendo estruturada pelo Ministério da Defesa, segundo informações de Valentini da Silva.
Além de Plonski e do tenente-coronel Valentini, estavam presentes na reunião o diretor do IEA, professor Paulo Saldiva, o chefe do IMM e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da ECEME, coronel Valtir de Souza, docentes do IMM e o assessor de gabinete da reitoria da USP, Paulo Muzy. As tratativas iniciais foram delineadas em encontro realizado em março deste ano entre o reitor Marco Antônio Zago, o Comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e o ministro-chefe da Secretaria de Segurança Institucional, general Sérgio Westphalen Etchegoyen.