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IEA lança livro sobre sua trajetória de 38 anos

por Mauro Bellesa - publicado 04/11/2024 18:50 - última modificação 05/11/2024 13:11

Edição e publicação da obra tiveram apoio da Fundação Itaú e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

Capa do livro "Avançados em Quê?" - 400px larguraEm comemoração ao 38º aniversário de criação do IEA, o Instituto lançou, no dia 4 de novembro, o livro "Avançados em Quê? - A Trajetória Pioneira do Instituto de Estudos Avançados da USP", de Guilherme Ary Plonski, diretor anterior do Instituto, e do historiador Roney Cytrynowicz. A versão digital da obra está disponível, gratuitamente, no Portal de Livros Abertos da USP.

Na nota introdutória de "Avançados em Quê?", o diretor e a vice-diretora do IEA de abril de 2020 a abril de 2024, os professores Guilherme Ary Plonski e Roseli de Deus Lopes, lembram que o reitor da USP na época da criação do Instituto, professor José Goldemberg, a quem o livro é dedicado, havia conhecido de perto o Instituto de Estudos Avançados de Princeton, EUA, e "entendeu ser esse o modelo estratégico para revitalizar a Universidade, após o dramático período vivido sob os tacões do regime autoritário". Essa é a razão, segundo eles, de Goldemberg ter atribuído ao IEA a missão de "favorecer novas ideias, resultantes do convívio, do confronto e da interação entre as diversas áreas de trabalho intelectual" [nas palavras do então reitor).

O livro aprofunda o contexto cultural que levou à criação do IEA e expõe sua trajetória, a partir de pesquisa e entrevistas conduzidas pelo historiador Roney Cytrynowics, trabalho viabilizado pelos parceiros Fundação Itaú e Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), apontam Plonski e Roseli. Para eles, o IEA deve em grande medida os avanços relatados na obra "ao fato de integrar a vibrante comunidade da USP", por isso sua publicação se insere nas comemorações dos 90 anos da Universidade.

Em seu texto de apresentação do livro, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, ressalta o papel desempenhado pelo Instituto, ao longo de sua trajetória, na promoção da excelência acadêmica da Universidade, "buscando incessantemente estender a fronteira do conhecimento em diversas áreas do saber". Além da ênfase do IEA na interdisciplinaridade e na colaboração intelectual, Carlotti Jr. lembra que diversos trabalhos do Instituto subsidiaram políticas públicas em áreas essenciais para o país, como educação e saúde.

O reitor destaca que, mesmo não tendo corpo docente e discente próprios, o IEA consegue congregar em suas equipes de pesquisa professores e estudantes de 80% das unidades, museus e institutos especializados da USP, além de contribuir com o intercâmbio acadêmico com outras instituições, brasileiras e estrangeiras. Ele ressaltou o fato de o IEA ser membro fundador e coordenador de 2019 a 2021 da rede internacional Ubias (University-Based Institute for Advanced Study), que reúne 47 IEAs vinculados a universidades dos cinco continentes, algo que "contribuiu para a projeção internacional da USP".

A vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda aborda em seu texto o contexto da redemocratização do país no qual o IEA foi criado: "Imaginou-se um lugar no qual pesquisadores, cientistas, intelectuais, artistas, jornalistas, personalidades públicas pudessem conviver e projetar uma Universidade renovada em consonância com os novos tempos". Ela afirma que o IEA colaborou na construção democrática do país, "na medida em que refletiu sobre as nossas questões, deu voz aos opositors do obscurantismo, enfim, encarou o papel ilustrado de uma Universidade contemporânea do seu tempo".

"Esse espírito esclarecido que esteve na origem do IEA não se perdeu, como se pode constatar nas ações do Instituto, voltadas a acolher e refletir sobre os novos rumos da Universidade inclusiva, diferenciada e socialmente democrática, conquanto não se tenha abandonado a pauta avançada do conhecimento e da ciência", escreve a vice-reitora.

Apoio

A produção e publicação do livro contaram com apoio financeiro da Fundação Itaú e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Em texto na seção de apresentação da obra, o presidente da Fundação Itaú, Eduardo Saron, afirma que a parceria entre a fundação e a USP, por meio do IEA, nasceu a partir do "anseio mútuo de desenvolver iniciativas estratégicas, perenes e de impacto". O objetivo sempre foi "contribuir com políticas públicas emancipatórias e facilitadoras de mudanças estruturais na educação e na cultura".

Saron destacou os dois pontos principais da parceria: o apoio da fundação durante os cinco anos iniciais da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica, inaugurada em 2019 para o estudo de práticas inovadoras e formações que promovam avanços significativos nas propostas para a educação básica, e à Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência desde sua implantação em 2016, apoio que tem possibilitado a construção de um "vasto legado a partir de estudos que perpassam a gestão cultural, o papel da cultura na sociedade e discussões transversais sobre arte e ciência".

O secretário executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, diz em seu texto que a Cátedra Oscar Sala, fruto da parceria entre o comitê e o IEA, possibilita o intercâmbio multidisciplinar entre os saberes de áreas diversas, oferecendo a disciplina de pós-graduação Economia, Cultura e Poder na Internet, visando fortalecer e cultivar o conhecimento sobre a internet, seu impacto, funcionamento, aplicações e ferramentas. "Assim ampliamos, USP e CGI.br, o horizonte das tecnologias digitais que favoreçam o avanço tecnológico, a inovação e o direito fundamental de acesso à informação e comunicação".

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