Um objeto gráfico não identificado para refletir a experimentação acadêmica
Capas do objeto gráfico: experimentação como norma |
O IEA lança este mês uma publicação sui generis, não identificável com os veículos impressos usualmente produzidos por instituições acadêmicas. Ela não tem e continuará a não ter nome e suas futuras “edições” – se é que podem ser chamadas assim as reemergências da iniciativa – não obedecerão os critérios de periodicidade e a definição de um perfil rígido de conteúdo praticados pela maioria das publicações.
Essa diferenciação torna o impresso um componente complementar ao esforço permanente do Instituto em difundir ideias e debates resultantes das atividades de seus grupos e pesquisadores. O carro-chefe editorial do IEA no cumprimento desse esforço é a revista quadrimestral "Estudos Avançados", lançada em 1987 e já na sua 81ª edição, com edições impressa e digitais (na SciELO), acompanhada ao longo do tempo pela publicação impressa e digital de livros, cadernos e veículos informativos.
O objeto gráfico que está sendo lançado configura também um tratamento diferenciado para conteúdos originalmente publicados no site do Instituto (www.iea.usp.br) de forma a estabelecer uma via de mão dupla onde o digital e o não digital interajam e se complementem.
O conteúdo central desta primeira "edição" são os relatos sobre os principais debates e conferências realizados em 2013 pelo Instituto e entrevistas com seus professores visitantes. O destaque, inclusive do ponto de vista gráfico, são os textos com as ideias dos debatedores participantes dos dois encontros que refletiram sobre a natureza e consequências das manifestações de junho do ano passado, que inundaram as ruas das principais cidades do país. Vale lembrar que o IEA foi palco do primeiro debate público de intelectuais sobre aqueles acontecimentos, no dia 21 de junho, apenas quatro dias depois da grande manifestação que tomou o Largo da Batata, em São Paulo.
Como proposta de publicação inovadora, o impresso não poderia deixar de tentar refletir, de alguma maneira e sem a pretensão original, a máxima de Maiakóvski: “Sem forma revolucionária não há arte revolucionária”. Pode-se dizer também que Gisela Mota e Joana Figueiredo, responsáveis pelo projeto gráfico, pautaram-se por uma norma intrínseca ao design gráfico (apesar de transgredida com frequência por gente insegura ou condicionada pelos padrões das atividades comerciais): a única regra é a de que não há regras.
O perfil da publicação procura refletir o espírito do IEA como instituição acadêmica diferenciada, direcionada para o questionamento tanto da eleição de temas quanto das ideias, métodos e conclusões dos debates realizados nos ambientes acadêmicos tradicionais de discussão científica, humanística, cultural e artística.
Não se sabe quando será publicado o próximo objeto gráfico do IEA, mas o certo é que será diferente, em conteúdo e formato, do que ora está sendo lançado. Afinal, a experimentação pré-condicionada não é experimentação, é maneirismo inovativo.
Mais informações sobre a publicação pelo e-mail ieacomunica@usp.br.