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Paulo Muzy é o novo pesquisador colaborador do IEA

por Nelson Niero Neto - publicado 03/06/2019 14:55 - última modificação 04/06/2019 15:33

Físico pesquisará a interlocução entre a USP, Forças Armadas e mercado no setor de Defesa

Paulo de Tarso Artencio MuzyO físico Paulo de Tarso Artencio Muzy é o novo pesquisador colaborador do IEA. Seu projeto envolverá a tentativa de ampliar a interlocução entre a USP, as Forças Armadas brasileiras e o mercado na área de Defesa, bem como implementar uma agenda de temas relevantes neste tema que reúna os interesses dessa instituições.

Com mestrado e doutorado pelo Instituto de Física da USP, Muzy trabalhou como chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Agricultura, ocupou a presidência da Fundação Prefeito Faria Lima (Cepam) e o cargo de secretário adjunto de Ciência e Tecnologia do governo do Estado de São Paulo.

Entre 2015 e 2017, trabalhou no gabinete de Marco Antonio Zago, então reitor da USP. Uma de suas atribuições era apresentar alternativas para o financiamento do sistema paulista de pesquisa científica e formação acadêmica.

Também esteve envolvido, nos últimos cinco anos, no esforço de aproximação institucional da USP com o Exército Brasileiro. A experiência, segundo Muzy, permitiu-lhe conhecer a dimensão do investimento militar em educação e pesquisa, a estrutura dessas áreas, e a excelência da formação profissional de oficiais.

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Projeto

Ciência, Tecnologia e Defesa: inovação e oportunidades institucionais

Com o entendimento dos mecanismos de funcionamento da Universidade e das Forças de Defesa, surgiu a ideia da pesquisa, visando ampliar a cooperação entre as instituições e o mercado. Em seu projeto para pesquisa no IEA, Muzy explica que a consolidação da Estratégia Nacional de Defesa das Forças Armadas, em 2016, proporcionou importantes avanços institucionais: a inovação de processos, equipamentos e modos de contratação. Para ele, há oportunidade de a USP explorar esses conceitos sob a ótica da autonomia universitária e ainda propor temas norteadores de investigações futuras.

O pesquisador também considera que a Universidade pode contribuir com este momento de mudanças e investimentos das instituições militares. Isto porque tal cenário exige cooperação institucional, área em que as universidades e empresas assumem relevância. A pesquisa pretende, então, fornecer insumos para que as Forças Armadas se insiram de forma adequada e instrumentalizada em uma fase de inovação, que não deve estar alheia às estratégias da universidade e do mercado.

A pesquisa transitará por diferentes disciplinas das áreas do conhecimento. De um lado, as ciências físicas e químicas, a biologia, a matemática e as engenharias, como as produtoras do conhecimento demandado pelas ações em ciência e tecnologia. De modo complementar, a ciência política, a comunicação, a economia e a administração, como áreas que organizam e realizam a mediação do processo de aplicação e desenvolvimento da inovação.

Para o pesquisador, essa natureza interdisciplinar e transversal justifica a razão de o projeto ocorrer no IEA: a imersão no ambiente acadêmico do Instituto possibilita o contato direto com pesquisadores de áreas diversas do conhecimento.

Ao final da pesquisa, previsto para 2021, Muzy pretende publicar artigos e um livro que discutirá as conclusões do trabalho.

Foto: Maria Leonor de Calasans / IEA-USP