Peter Burke discute a sobrevivência da República das Letras
Para o historiador Peter Burke, professor emérito da Universidade de Cambridge, Reino Unido, a "República das Letras" sobrevive até hoje, apesar de seu tamanho, geografia, estrutura social e modos de comunicação terem mudado ao longo do tempo, "a ponto de ser útil distinguir quatro períodos diferentes de sua história". Burke tratará dessa permanência na conferência "Continua Viva a República das Letras?", no dia 22 de setembro, 14h30, no IEA.
Segundo Burke, muitos acadêmicos já discutiram a história da "República Literária" (Respublica Litteraria) ou comunidade acadêmica internacional, começando na era de Erasmo ou no século 15 e terminando em 1750 ou 1789, "muitas vezes com a explicação de que a era do nacionalismo, em conjunto com o advento da especialização acadêmica, anunciava o fim da 'République des Lettres'", tese da qual discorda.
O evento terá coordenação de Renato Janine Ribeiro, da FFLCH-USP e conselheiro do Instituto, e será aberto a todos os interessados, sem necessidade de inscrição.
PERFIL
Especialista em Idade Moderna europeia, Burke enfatiza em suas análises a relevância dos aspectos socioculturais. Foi professor de história das ideias na Escola de Estudos Europeus da Universidade de Essex e lecionou também na Universidade de Princeton e na Universidade de Sussex. No IEA, foi professor visitante de setembro de 1994 a setembro de 1995.
É autor de mais de trinta livros, muitos deles publicados no Brasil. Em parceria com sua mulher, a brasileira Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke, escreveu "Repensando os Trópicos: um Retrato Intelectual de Gilberto Freyre", obra que se apóia em ampla pesquisa para construir uma narrativa substancial sobre a vida e o trabalho do sociólogo pernambucano. Seu último livro publicado no Brasil é "O Historiador como Colunista" (2009), que reúne uma seleção de seus textos publicados no jornal "Folha de S.Paulo".
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Foto: Seighean