Planetary Health Annual Meeting abre inscrições para o público
A saúde planetária na USP |
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A Universidade de São Paulo tem se dedicado cada vez mais aos temas e valores da saúde planetária. A USP realiza diversas pesquisas em sustentabilidade, reciclagem, poluição, energia, urbanismo, medicina, entre outros temas. “No Brasil, há bons grupos distribuídos em diferentes regiões do país e na USP, naturalmente, esse é um tema que tem avançado bastante. Temos grupos de alto reconhecimento internacional, por exemplo, em mudanças climáticas”, avalia o pró-reitor de pesquisa, Sylvio Canuto. Entre esses grupos estão alguns sediados no IEA. “Como espaço de encontro e confronto de ideias, o Instituto de Estudos Avançados da USP abriga diversas iniciativas que abordam de forma integrada aspectos diversos da complexa relação entre saúde e ambiente”, afirma o diretor do Instituto, Guilherme Ary Plonski. Um desses grupos é o Saúde Planetária, coordenado por Antonio Saraiva, também membro da Planetary Health Alliance. Desde sua criação, em 2019, o grupo já realizou diversas conferências no IEA, a fim de apresentar o conceito à universidade e à sociedade civil. No início de 2021, deu início ao “Programa Brasileiro de Embaixadores de Saúde Planetária”, que tem como objetivo criar uma rede de estudantes para desenvolver atividades para disseminação dos conceitos de saúde planetária em suas universidades. Por ser balizada pelos pilares, ensino e pesquisa, o professor Saraiva acredita que a USP ainda pode aumentar mais sua atuação dentro da Saúde Planetária. “Como local de educação, as várias carreiras que a gente forma têm que incorporar esse conceito de que cada profissional também impacta o planeta”, afirma o coordenador. Ele acredita que também há espaço de atuação da universidade na extensão, ao realizar ações similares ao Programa de Embaixadores em Saúde Planetária. “Podemos levar para a sociedade esse conhecimento de como cada cidadão pode impactar e também ser uma solução”, comenta o coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Planetária. A realização do 4° encontro anual da Planetary Health Alliance e da Planetary Week na USP também é um estímulo para disseminar cada vez mais os valores da área para as comunidades acadêmica, governamental e civil, segundo Canuto. “A USP tem muitas pesquisas em saúde planetária. Falta levar esse conceito aos pesquisadores, ajudando a ampliar suas visões. Alguém que pesquise mudanças climáticas pode ver que isso é uma questão da saúde planetária, por exemplo, e essa visão vai para todas as áreas. É preciso entender que é algo mais amplo e que todos nós entramos como pesquisadores”, diz Saraiva. |
Pela primeira vez sediada no Brasil, o 4° Planetary Health Annual Meeting está com inscrições abertas para o público. Organizada pela Planetary Health Alliance (PHA) em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa da USP e o IEA, o encontro ocorre durante a Semana da Saúde Planetária, entre os dias 25 e 30 de abril, e oferecerá diversos encontros e atividades relacionadas ao tema. A participação em todas as atividades e palestras é gratuita. É possível se inscrever pelo site até o final dos eventos.
As três primeiras edições ocorreram nas Universidades Harvard, Edimburgo e Stanford. A Planetary Health Alliance é formada por mais de 200 instituições de pesquisas, sediada em Harvard e da qual a USP é membro. “Nota-se a importância e responsabilidade da USP. Queremos aprofundar esse tema na pauta de nossos pesquisadores e chamar a atenção para importantes estudos que são realizados por brasileiros”, afirma o pró-reitor de pesquisa da USP, Sylvio Canuto.
“A definição de Saúde Planetária traz a percepção de que o planeta e a humanidade estão interligados, tudo o que fazemos impacta o planeta e pode retornar para nós”, explica o professor Antonio Saraiva, coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Planetária do IEA e membro da PHA. É um conceito transdisciplinar, pois integra diferentes áreas do conhecimento para encontrar soluções e mitigar os efeitos das mudanças climáticas na sociedade.
As palestras, entrevistas, painéis e debates têm por objetivo disseminar os valores e conhecimentos da saúde planetária, bem como unir pessoas ao redor do globo para discutir soluções e gerar ações e mudanças. Dessa forma, propõe discutir uma transição global para um modo de vida sustentável, buscando soluções sistêmicas em economia, governança e para a sociedade civil.
O 4° Planetary Health Annual Meeting irá abordar diversos temas relacionados à saúde planetária, como saúde mental, nutrição, economia sustentável e colaboração internacional. Estratégias para transmitir os conhecimentos dessa nova área serão tópicos presentes nas conversas, uma vez que “a capacidade de galvanizar corações e mentes é um desafio crítico para o avanço da Saúde Planetária”, como defende o diretor do IEA-USP, Guilherme Ary Plonski. Para ele, é preciso saber inovar no diálogo entre a comunidade acadêmica e a sociedade ampla. “O que se sabe hoje é que dispor de um acervo mais rico de informações não necessariamente resulta em uma atitude mais alinhada a recomendações alicerçadas na ciência”, diz.
Paralelamente aos encontros, acontecerá a Planetary Health Week, um festival online de arte e de atividades sobre saúde planetária. Pesquisadores, formuladores de políticas públicas, educadores, jovens e representantes do setor privado propuseram diferentes dinâmicas para ocorrerem paralelamente aos encontros principais. Na esfera cultural, artistas das mais diversas áreas enviaram propostas e obras para compor o festival artístico da Planetary Health Week.