Seminário analisa o Programa Nacional de Plataformas de Conhecimento
Lançado pelo governo federal no dia 25 de junho, o Programa Nacional de Plataformas de Conhecimento (PNPC) possibilitará a constituição de arranjos público-privados para a articulação de competências com base numa infraestrutura de ciência e tecnologia e inovação avançada, envolvendo universidades, instituições de pesquisa e empresas.
De acordo com integrantes do governo, esses arranjos serão estruturados para a resolução de grandes problemas brasileiros e sua definição será orientada pela demanda estratégica prioritária do país.
O Comitê Gestor do programa é constituído pelos ministros da Casa Civil; Fazenda; Educação; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Planejamento, Orçamento e Gestão; e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Algumas das metas da iniciativa são: criar 20 plataformas do conhecimento em dez anos em áreas como agricultura, saúde, energia, aeronáutica, tecnologia da informação e comunicação, naval e equipamentos; aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020; atrair profissionais altamente qualificados do exterior para atuarem em subprogramas; e dotar as plataformas de regime especial de compra e contratação de pessoal.
RelacionadoLegislação Decreto nº 8.269/2014, que instituiu o Programa Nacional de Plataformas de Conhecimento (PNPC) Vídeo Entrevista com Glauco Arbix (presidente da Finep) e o ministro Clelio Campolino (MCT&I) durante o lançamento do PNPT Fotos Notícias Governo lança Programa Nacional de Plataformas de Conhecimento Ministro apresenta bases teóricas das plataformas de conhecimento |
Para debater as características do programa e os efeitos esperados com sua implantação, o Grupo de Pesquisa Observatório de Inovação e Competitividade/NAP (OIC) do IEA realiza no dia 26 de setembro, às 10 horas, no IEA, o seminário Programa Nacional de Plataformas de Conhecimento. A apresentação do PNPC será feita pelo sociólogo Glauco Arbix, presidente da Finep e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Os debatedores serão o vice-reitor da USP Vahan Agopyan, o pró-reitor de Pesquisa da Universidade José Eduardo Krieger e o professor da Escola Politécnica (Poli) da USP Antonio Mauro Saraiva. A moderação será de Mário Salerno, coordenador do OIC e professor da Poli-USP.
O evento é publico, gratuito e não requer inscrição. Quem não puder comparecer poderá assistir a transmissão ao vivo pela web. O local do seminário é a Sala de Eventos do IEA, rua Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail clauregi@usp.br.
DEMANDAS ESTRATÉGICAS
De acordo com Glauco Arbix, presidente da Finep, em entrevista quando do lançamento do projeto, a preocupação governamental é preparar as bases para um salto na ciência e tecnologia no Brasil. Ele ressaltou que "o pressuposto é que o país não pode mais fazer mais do mesmo; o desenvolvimento tecnológico nas universidades e nas empresas é muito carregado de uma posição que chamamos de ‘ofertista’: as empresas e as universidades apresentam seus projetos e se derem certo, a gente avança; se derem errado, ficamos mais ou menos no mesmo patamar ou até voltamos para atrás”.
Segundo o sociólogo, a lógica que orientou a formulação do PNPC foi a de inverter esse processo: "O governo deve oferecer publicamente uma demanda estratégica para o país e os consórcios entre empresas, universidades e institutos de pesquisa se formam para dar conta dessa demanda.”
De acordo com ele, essa estratégia "não tem nada a ver com uma intenção de dirigir a ciência ou constranger a pesquisa científica limitando sua criatividade e inovação: ao contrário, tem a ver com colocar a pesquisa acadêmica e a engenharia ligada às empresas em sintonia com o esforço que o país faz para se desenvolver".
Arbix considera que o PNPC coloca o Brasil no mesmo patamar dos principais países do mundo em relação a esse tipo estrutura de pesquisa e desenvolvimento. Segundo ele, os EUA estão construindo 45 plataformas com esse mesmo espírito, a União Europeia está desenvolvendo 60 núcleos de excelência em países diferentes e a Coreia tem implementado experiências similares.
Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Clélio Campolina, o programa é uma oportunidade para "o país articular educação, ciência e tecnologia para o desenvolvimento, fazendo a conexão entre o conhecimento científico e a base empresarial, com a mediação das instituições de fomento e financiamento".