Projeto divulga homenagem ao bolsista Ricardo Lima da Silva
Ao Ricardo, nosso maior carinho
Com grande tristeza, encaramos a morte do nosso querido Ricardo Lima da Silva. Têm sido dias duros e difíceis. Também foi preciso um tempo para poder voltar às memórias e aos lugares de convívio. É difícil resumir a potência do Ricardo, mas queremos deixar um registro para celebrar um pouco das suas qualidades e da nossa convivência. Ricardo sempre foi uma pessoa de inteligência aguçada, com observações sensíveis e contextualizadas do contemporâneo.
No projeto em que atuou no IEA-USP, o censo em comunidades vizinhas à USP, sempre foi uma pessoa comprometida. Realizou com afinco o trabalho de campo e, muitas vezes, manifestou prazer na interação com o cotidiano das favelas. Participava ativamente dos encontros relacionados ao trabalho e sempre se mostrou cooperativo com a equipe. Ele gostava de ressaltar a potência e o valor político do projeto e de seus colegas. Tinha sonhos de mudar o Brasil e, certa vez, propôs ao grupo organizar um coletivo de militância para além das atividades acadêmicas.
Narrativas Periféricas: entre pontes, conexões e saberes plurais", em que descreve com precisão e leveza a viagem de campo ao Rio de Janeiro para conhecer o conjunto de favelas da Maré e os projetos sociais ali desenvolvidos, se definiu como “graduando em Geografia e viciado em perceber e descrever a existência e a ação da entropia em absolutamente todos os lugares, seja numa cidade, seja na mente”.
Com talento para a escrita, elaborou ensaios e relatos de campo ao longo do projeto. No livro "Como futuro geógrafo, enfatizava a sua admiração por alguns professores e, ainda, o seu grande interesse por temas relativos à geopolítica.
Dizia que seu TGI (Trabalho de Graduação Individual) seria sobre a presença Nikkei no futebol, estudando aspectos socioespaciais e culturais e seus reflexos nas práticas esportivas.
Fã de jogos, animes e séries, tecia analogias entre cultura pop e temas sociais e dava boas dicas de entretenimento eletrônico.
Do amigo, fica a nossa saudade e essas boas lembranças. Ricardo vive!
Equipe do projeto Democracia, Artes e Saberes Plurais
Fotos: projeto Dasp