Alfredo Bosi é homenageado em livro
Capa do livro “Reflexão como resistência” |
Alfredo Bosi, editor da revista “Estudos Avançados” e ex-diretor do IEA-USP, é homenageado em um livro que reúne cartas, artigos e depoimentos que saúdam sua fértil trajetória dentro e fora da academia. “Reflexão como resistência”, editado e publicado pelas editoras Companhia das Letras e Edições Sesc São Paulo, foi lançado em dezembro de 2018 com o intuito de retribuir “às mais variadas formas de aprendizado” proporcionadas pelo convívio com Bosi, segundo os organizadores da obra. Bosi é considerado um dos principais críticos literários do Brasil.
Além de escritos, relatos e ensaios relevantes sobre a carreira de Bosi, os organizadores Augusto Massi, Erwin Torralbo Gimenez, Marcus Vinicius Mazzari e Murilo Marcondes de Moura reuniram no livro outras homenagens prestadas ao acadêmico, como a música “Saudade do Cinema Paradiso”, de Ivan Vilela, e o poema “Retrato”, de Ecléa Bosi, escritora e esposa do crítico, morta em 2017. Na apresentação da obra, os organizadores ressaltam o forte empenho de Ecléa para que o projeto se materializasse finalmente em um livro: “Esperamos ter honrado sua memória”.
“Reflexão como resistência” resgata discussões sobre a contribuição de Bosi para a crítica das obras de escritores como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Padre Antônio Vieira e Jorge de Lima, mas também exalta sua pujança intelectual ao discutir os ponderamentos filosóficos de autores como Giambattista Vico, Benedetto Croce e Antonio Gramsci. O livro traz ainda análises e comentários sobre uma das principais obras de Bosi, "Dialética da Colonização", de 1992, que foi amplamente elogiada pela academia e ganhou versões em inglês, francês e espanhol.
Em uma sessão chamada “Cartas na mesa”, os organizadores reuniram uma coletânea de correspondências recebidas por Bosi entre 1970 e 2012. Entre os notórios remetentes estão Otto Maria Carpeaux, Murilo Mendes, Sebastião Uchoa Leite, Dyonélio Machado, João Antônio, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Raduan Nassar e Antonio Candido.
Além de diretor (1998 a 2001) e vice-diretor (1987 a 1997) do IEA, Bosi é editor da revista do Instituto desde sua criação, em 1989. Ainda no IEA, ele coordenou o Programa Educação para a Cidadania (1991-1996), integrou a comissão coordenadora da Cátedra Simón Bolívar (convênio entre a USP e a Fundação Memorial da América Latina de 1992 a 1996), coordenou a Comissão de Defesa da Universidade Pública (1998) e a Cátedra Lévi-Strauss (convênio com o Collège de France, de 1998 a 2004).
Foto: Divulgação/Companhia das Letras