Eugênio Bucci e Marina Massimi estão entre os vencedores do Jabuti Acadêmico 2024
Dois pesquisadores do IEA ganharam o Jabuti Acadêmico 2024: Eugênio Bucci, integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade, e Marina Massimi, coordenadora do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento. A premiação ocorreu nesta terça-feira, 6 de agosto, em cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
Bucci foi premiado na categoria Comunicação e Informação com o livro "Incerteza, Um Ensaio - Como Pensamos a Ideia que nos Orienta (e Orienta o Mundo Digital)". Massimi ganhou na categoria Psicologia e Psicanálise com a obra "Memória dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira".
Outros quatro pesquisadores ligados ao Instituto estiveram entre os cinco finalistas de quatro categorias, entre as quais as que tiveram Bucci e Massimi como vencedores [veja notícia sobre os indicados].
Incertezas e o mundo digital
No livro “Incerteza, um Ensaio: Como Pensamos a Ideia que nos Desorienta (e Orienta o Mundo Digital)”, publicado pela Autêntica Editora, Bucci reflete sobre o princípio da incerteza e a forma como os indivíduos convivem com ela. Ele analisa as dúvidas e questionamentos sobre o mundo digital, o impacto no cotidiano e as mudanças com o surgimento da inteligência artificial.
“No século 21, o negócio da incerteza orienta os destinos do mundo digital. As máquinas participam da gestão do dinheiro e das coisas públicas. Os algoritmos mapeiam intimidades e decifram o circuito secreto do desejo de cada indivíduo. O tempo e o espaço ficaram muito mais incertos para os seres humanos do que para as máquinas”, comenta a editora sobre a preocupações da obra.
Em entrevista à TV Cultura, Bucci explica que a ideia do livro surgiu após uma palestra, onde ele analisou o conceito de incerteza como uma “experiência existencial, como isso que aflige a gente”. A partir de outros estudos sobre o tema, o pesquisador relacionou essa incerteza com o atual cenário tecnológico. “Nós temos muitas incertezas, nós pessoas comuns, sobre como estão sendo tratados os dados da nossa vida por esses gigantes da tecnologia. E esses gigantes têm muitas poucas incertezas sobre como a gente se comporta”, acrescenta.
Bucci é professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e superintendente de Comunicação Social da Universidade. Foi conselheiro do Instituto, coordenador acadêmico da Cátedra Oscar Sala e membro do Grupo de Estudos de Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea. Ética e imprensa, comunicação pública, superindústria do imaginário, informação e cultura democrática são alguns dos temas de suas pesquisas.
Análise dos saberes psicológicos na cultura nacional
Publicado pela Edusp, o livro “História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira”, de Marina Massimi, analisa o processo da constituição de saberes psicológicos na cultura nacional a partir de diversas fontes de acervos nacionais e internacionais. De acordo com a editora, as fontes estudadas por Marina abrangem estudos da metade do século 16 até o final do século 18.
A obra inclui tratados filosóficos, correspondência epistolar, oratória sagrada, tratados sobre a arte de educar, novelas alegóricas, literatura de teor autobiográfico e moral e narrativas de festas religiosas e cívicas. “O livro lança luz sobre os conhecimentos e práticas inerentes à vida psíquica existentes antes do surgimento da psicologia científica no século 19 e quem eram seus autores”, afirmam os editores.
Com especialização em psicologia experimental, Marina é professora titular aposentada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP é professora sênior do IEA.