Valorização do patrimônio histórico, cultural e científico é um dos objetivos de novo grupo
Ruínas de São Miguel das Missões - Um dos trabalhos do grupo será a edição de livro sobre as reduções jesuíticas no Rio Grande do Sul |
A necessidade de valorizar e preservar os documentos e monumentos ligados à história do país e a importância de que o conhecimento científico produzido acerca da memória e da história cultural chegue à população brasileira, inclusive aos currículos escolares, são as principais motivações do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento, cuja criação foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IEA no dia 21 de junho.
A proponente e coordenadora do grupo é a professora colaboradora sênior do IEA Marina Massimi, titular aposentada do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O grupo tratará de quatro grupos de questões:
- as ações e os atores inerentes aos campos da memória e da preservação do patrimônio cultural, artístico e científico do país;
- os processos de apropriação e transmissão dos saberes e das práticas no Brasil ao longo do tempo, na perspectiva da história cultural (especialmente no que diz respeito à vertente da psicologia e das ciências humanas) e da história política e do direito.
- os processos de apropriação e transmissão das ciências no Brasil ao longo do tempo, na perspectiva da história cultural e política do país.
- as relações entre experiências de pertencimento e a constituição do tecido social brasileiro.
A importância dos temas de trabalho do grupo torna-se patente, segundo Marina, ao se verificar "a urgência de uma política de preservação da memória histórico-cultural do país", dada a situação dos arquivos e bibliotecas no território brasileiro. "Outro tema crítico é o da preservação do patrimônio cultural e histórico dos grupos de tradição oral, como as nações indígenas."
O segundo aspecto relacionado com o impacto científico e social do projeto é a preocupação com a necessidade de "o conhecimento científico produzido acerca da memória e da história cultural do Brasil seja difundido junto à população brasileira e melhor informe os currículos escolares, de forma a proporcionar o enraizamento em empoderamento das jovens gerações quanto à herança transmitida pelas gerações anteriores".
Integram o grupo pesquisadores da FMRP, Instituto de Psicologia da USP, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), também da USP, Unicamp, PUC-PR e da Companhia de Jesus. As atividades contarão com a participação de cerca de 20 pesquisadores convidados em eventos.
O grupo pretende produzir os seguintes trabalhos científicos:
- dossiê ("Escravatura das Almas e Escravatura dos Corpos") e artigos ("Imigração e Pertencimento" e "Diferença e Pertencimento") a serem propostos à revista "Estudos Avançados";
- edição de livro sobre as reduções jesuíticas do Rio Grande do Sul;
- edição crítica do manuscrito jesuítico "In studiosos adolescentes oratio paraenetica de laudibus humaniorum litterarum";
- edição do livro "Raízes dos Saberes Psicológicos na História da Cultura Brasileira", de Marina Massimi;
- artigo de Annette Hoffman sobre a concepção da relação mestre-discípulo na correspondência de Miguel Rolando Covian com Bernardo Alberto Houssay;
- edição bilíngue (português-alemão), por Annette Hoffmann, das memórias, diário e correspondência de Claire Lange.
Foto: Renato A. Costa