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Valorização do patrimônio histórico, cultural e científico é um dos objetivos de novo grupo

por Mauro Bellesa - publicado 26/06/2018 11:10 - última modificação 16/07/2018 16:22

Criação do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento, coordenado por Marina Massini, foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IEA no dia 21 de junho.
Ruínas de São Miguel das Missões
Ruínas de São Miguel das Missões - Um dos trabalhos do grupo será a edição de livro sobre as reduções jesuíticas no Rio Grande do Sul

A necessidade de valorizar e preservar os documentos e monumentos ligados à história do país e a importância de que o conhecimento científico produzido acerca da memória e da história cultural chegue à população brasileira, inclusive aos currículos escolares, são as principais motivações do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento, cuja criação foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IEA no dia 21 de junho.

A proponente e coordenadora do grupo é a professora colaboradora sênior do IEA Marina Massimi, titular aposentada do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O grupo tratará de quatro grupos de questões:

  • as ações e os atores inerentes aos campos da memória e da preservação do patrimônio cultural, artístico e científico do país;
  • os processos de apropriação e transmissão dos saberes e das práticas no Brasil ao longo do tempo, na perspectiva da história cultural (especialmente no que diz respeito à vertente da psicologia e das ciências humanas) e da história política e do direito.
  • os processos de apropriação e transmissão das ciências no Brasil ao longo do tempo, na perspectiva da história cultural e política do país.
  • as relações entre experiências de pertencimento e a constituição do tecido social brasileiro.

 

A importância dos temas de trabalho do grupo torna-se patente, segundo Marina, ao se verificar "a urgência de uma política de preservação da memória histórico-cultural do país", dada a situação dos arquivos e bibliotecas no território brasileiro. "Outro tema crítico é o da preservação do patrimônio cultural e histórico dos grupos de tradição oral, como as nações indígenas."

O segundo aspecto relacionado com o impacto científico e social do projeto é a preocupação com a necessidade de "o conhecimento científico produzido acerca da memória e da história cultural do Brasil seja difundido junto à população brasileira e melhor informe os currículos escolares, de forma a proporcionar o enraizamento em empoderamento das jovens gerações quanto à herança transmitida pelas gerações anteriores".

Integram o grupo pesquisadores da FMRP, Instituto de Psicologia da USP, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), também da USP, Unicamp, PUC-PR e da Companhia de Jesus. As atividades contarão com a participação de cerca de 20 pesquisadores convidados em eventos.

O grupo pretende produzir os seguintes trabalhos científicos:

  • dossiê ("Escravatura das Almas e Escravatura dos Corpos") e artigos ("Imigração e Pertencimento" e "Diferença e Pertencimento") a serem propostos à revista "Estudos Avançados";
  • edição de livro sobre as reduções jesuíticas do Rio Grande do Sul;
  • edição crítica do manuscrito jesuítico "In studiosos adolescentes oratio paraenetica de laudibus humaniorum litterarum";
  • edição do livro "Raízes dos Saberes Psicológicos na História da Cultura Brasileira", de Marina Massimi;
  • artigo de Annette Hoffman sobre a concepção da relação mestre-discípulo na correspondência de Miguel Rolando Covian com Bernardo Alberto Houssay;
  • edição bilíngue (português-alemão), por Annette Hoffmann, das memórias, diário e correspondência de Claire Lange.

 

Foto: Renato A. Costa