por Adriana Cruz, para o Jornal da USP
Texto atualizado em 5 de março por Fernanda Rezende
- Otavio Frias Filho, que esteve à frente do jornal Folha de S. Paulo por 34 anos e foi o mentor do Projeto Folha
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O projeto da Cátedra prevê a criação de um centro de pesquisas e disseminação do conhecimento sobre o papel da comunicação, em especial o jornalismo, para a manutenção e o constante fortalecimento da democracia, incluindo os direitos das minorias e contra os diferentes tipos de discriminação, bem como outros fenômenos relacionados, como os novos populismos, que ameaçam o Estado Democrático de Direito.
Anualmente, a Cátedra contará com a participação de um catedrático, de notória trajetória na área, que será responsável pela organização de um ciclo de palestras mensais, cujo conteúdo será transformado em um livro.
“A criação de cátedras é de suma importância para a Universidade, pois trazem personalidades externas ao mundo acadêmico para discutir temas que são caros à sociedade. A gênese de nossa Instituição é a de ser um lócus de discussão de ideias e a pandemia da covid-19 nos mostrou a necessidade de os pesquisadores cada vez mais trabalharem em conjunto. Tenho certeza que a Cátedra Otavio Frias Filho, por seu caráter multidisciplinar, brevemente se tornará uma referência nos estudos sobre comunicação, democracia e diversidade. A USP se sente honrada em firmar esta parceria com a Folha, neste ano em que o jornal comemora 100 anos de existência”, destaca o reitor da USP, Vahan Agopyan.
O diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, ressalta a homenagem da Cátedra a Otavio Frias de Oliveira Filho, que esteve à frente do jornal por 34 anos e foi o mentor do Projeto Folha, que modernizou o jornalismo brasileiro na década de 80. Frias faleceu em 2018, aos 61 anos, vítima de câncer. “A Cátedra valoriza o legado de um notável advogado e jornalista formado na USP. A parceria entre a Folha e o Instituto de Estudos Avançados cria uma plataforma ideal para fomentar novas ideias acerca da convergência entre essas três questões que moldarão o futuro da sociedade”, afirma.
“Otavio é o responsável pelo Projeto Folha, que transformou o jornalismo moderno no Brasil. Agradecemos à USP e esperamos ficar ainda mais próximos da Universidade depois dessa iniciativa”, considera o publisher do jornal Folha de S. Paulo, Luís Frias.
Linhas de pesquisa
Idealizada pelo professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Claudio Tognolli, a Cátedra terá a coordenação acadêmica do também professor da ECA André Chaves de Melo Silva. Ele explica que o projeto contará com um corpo de pesquisadores permanentes, que atuarão em linhas de pesquisas ligadas a temas como a história da diversidade e intolerância, ciência e diversidade, diversidade e divulgação científica e refugiados.
Além disso, serão selecionados, por meio de editais, alunos de pós-graduação, mestres, doutores e pós-doutores que queiram participar do ciclo de palestras e do desenvolvimento de pesquisas relacionadas à temática escolhida para o ano.
Segundo Silva, caberá ao Comitê de Governança a indicação do titular da Cátedra, o que deve ocorrer brevemente. O Comitê é formado pelo diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski; pelo publisher da Folha, Luís Frias; pelo diretor do jornal, Sérgio Dávila; pelo coordenador acadêmico da Cátedra, André Chaves de Melo Silva; pelo coordenador-adjunto da Cátedra e secretário de redação da Folha, Vinícius Mota; e pela vice-diretora do IEA, Roseli de Deus Lopes, que ocupa a posição de docente indicado pelo IEA.