Quem foi Olavo Setubal
Olavo Setubal |
Executivo responsável pela expansão do Banco Itaú, Olavo Egydio Setubal teve destacada atuação como banqueiro, empreendedor e político. Administrador competente e comprometido com os ideais da redemocratização, pluripartidarismo e desenvolvimento socioeconômico, ao longo dos seus 85 anos de vida construiu um império financeiro e industrial, fundou dois partidos e foi prefeito de São Paulo e ministro das Relações Exteriores.
Nascido na cidade de São Paulo em 1923, Setubal formou-se engenheiro mecânico e eletricista pela Escola Politécnica (Poli) da USP e atuou como aluno-assistente no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Deu início à carreira como empresário aos 24 anos, em 1947, quando fundou com seu colega de turma, Renato Refinetti, a Artefatos de Metais Deca— indústria especializada em louças sanitárias, que hoje integra o grupo Duratex.
Na década de 50, a convite do tio Alfredo Egydio de Souza Aranha, tornou-se diretor do Banco Federal de Crédito, que deu origem ao Grupo Itaúsa. Sob sua liderança, o banco foi reestruturado e marcado por diversas aquisições e fusões.
Em 1975, Setubal entrou para a vida política, indicado pelo então governador Paulo Egydio Martins para ocupar a prefeitura da cidade de São Paulo, na qual permaneceu até 1979. Para assumir o posto, demitiu-se do cargo de diretor-geral do Banco Itaú e de membro do Conselho Monetário Nacional.
Como prefeito, engajou-se na melhoria do transporte público e do planejamento urbano da metrópole. Criou a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Secretaria da Cultura.
Foi responsável pela conclusão de diversas obras, como a avenida Sumaré e as reformas da Praça da Sé e do Pátio do Colégio. Redefiniu o plano viário da cidade, canalizou rios, criou bulevares fechados a veículos no centro velho da capital e inaugurou a Estação Sé e o trecho norte da linha Norte-Sul do metrô, de Santana até o Jabaquara.
Ao lado de Tancredo Neves, com quem lutou pela redemocratização do país, foi um dos articuladores do Partido Popular (PP) em 1980, dois anos mais tarde incorporado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nesta época, deixou o posto de presidente regional da agremiação em São Paulo e passou a defender a criação de um novo partido que retomasse as linhas do extinto PP.
Foi um dos fundadores do Partido da Frente Liberal (PFL), criado em 1984 para apoiar a candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República. Neste mesmo ano, foi indicado pelo então presidente eleito para assumir o Ministério das Relações Exteriores, cargo que veio a ocupar durante o governo José Sarney.
Como ministro, colocou a América Latina como prioridade do Itamaraty; repudiou as práticas de apartheid na África do Sul; concentrou-se na aberturta de novos mercados, com estabelecimento de acordos bi e multilaterais; e opô-se à corrida armamentista. Posicionou-se favoravelmente ao reatamento diplomático com Cuba e foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar a União Soviética.
Deixou o Ministério em 1986, 11 meses após assumir a pasta, para concorrer ao governo paulista. Anunicou a saída da vida político-partidária neste mesmo ano, após perder a convenção do PFL para escolha do candidato que disputaria o posto de governador do Estado de São Paulo.
Olavo Setubal faleceu em 27 de agosto de 2008.