Economia da Biotecnologia
O Grupo de Estudos sobre Economia da Biotecnologia formou-se em fevereiro de 1987, inicialmente denominado Grupo de Biotecnologia e sob a coordenação do professor Hernan Chaimovich. Posteriormente, decidiu-se pela criação de um grupo dedicado especialmente aos aspectos econômicos da biotecnologia, reunindo professores da Comissão de Apoio à Biotecnologia da USP (CAB) e especialistas convidados do IPT, FEA-USP e do CNPq. As suas atividades centram-se na avaliação do impacto econômico da biotecnologia moderna, bem como no estudo de alternativas de política científica e tecnológica aplicáveis ao desenvolvimento dos setores geradores e usuários de biotecnologias no Brasil. Este Grupo foi coordenado, também, pelo prof. Carlos Alberto Moreira-Filho.
A primeira atividade do Grupo foi promover o Simpósio sobre "O Impacto da Biotecnologia no Brasil" em colaboração com a CAB, com patrocínio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, do Núcleo de Política e Gestão em Ciência e Tecnologia da FEA-USP, e com apoio do Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo-BADESP e da FIESP. Este Simpósio, realizado nos dias 8 e 9 de abril de 1987, foi aberto pelo professor José Goldemberg, reitor da USP, e contou com a participação de representantes do setor privado, de institutos de pesquisa e de agências governamentais relacionados com a área. Foram discutidos temas relativos à política brasileira de biotecnologia e às oportunidades de investimento no setor. Os anais do Simpósio deverão ser publicados em breve com o apoio do BADESP.
A partir da experiência deste Simpósio, elaborou-se um projeto de pesquisa com o objetivo de caracterizar os principais mercados usuários de biotecnologia no Brasil, avaliando o impacto econômico da biotecnologia moderna sobre eles, tendo em vista fornecer subsídios para políticas tecnológicas que atendam às especificidades dos seguintes setores: sucro-alcooleiro, papel e celulose, pecuária e sementes. Quanto ao setor de saúde, dada a peculiar relação existente entre os seus agentes, considerou-se que este tipo de estudo deveria ser feito por instituições diretamente ligadas à execução de sua política nacional, embora o Grupo mantenha um banco de dados sobre este setor.
O projeto será financiado com recursos da Secretaria Especial de Biotecnologia (MCT), repassados através do CNPq. O financiamento das atividades previstas deve iniciar-se em março/abril do corrente ano. Entre estas atividades, destacam-se a vinda de dois professores do Exterior, que ministrarão cursos no IEA, a realização de seminários com empresários e pesquisadores ligados aos setores em estudo, e a discussão de políticas públicas com especialistas de agências governamentais.
Entre as perspectivas de trabalho futuro do Grupo, está a formação de um núcleo de planejamento estratégico e avaliação em ciência e tecnologia, que deverá analisar a interface entre a biotecnologia e outras áreas de tecnologia de ponta.
O Grupo teve como integrantes os seguintes pesquisadores: Carlos Alberto Moreira Filho, Hernán Chaimovich Guralnik, Marcos Eugênio da Silva, Milton de Abreu Campanário, Willian Cerantola e Maria Cristina B. Schmidt (assistente técnica).
Texto extraído da Revista Estudos Avançados, vol. 2, n. 1