Saúde Planetária: Uma Abordagem Transdisciplinar para a Sustentabilidade do Planeta Integrada à Saúde Humana
Ao estudar o impacto do ser humano nos ecossistemas e os riscos que essas intervenções representam para a sobrevivência da própria humanidade, a comunidade científica estruturou um campo emergente de pesquisa: o da saúde planetária. É sobre este tema que o Grupo de Estudos em Saúde Planetária: Uma Abordagem Transdisciplinar para a Sustentabilidade do Planeta Integrada à Saúde Humana irá tratar. Viste o site do grupo.
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Aprovado pelo Conselho Deliberativo em 24 em junho de 2019, o grupo será coordenado por Antonio Mauro Saraiva, da Escola Politécnica da USP e presidente da Comissão de Pesquisa do IEA. Conheça os demais integrantes.
Segundo o projeto apresentado pelo grupo, essa nova linha de pesquisa aborda um problema contemporâneo concreto e urgente, ao empenhar-se em “compreender, quantificar e agir para reverter os efeitos do crescimento da população humana e da aceleração das atividades socioeconômicas sobre o ambiente”.
Ações antrópicas |
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Entre as principais perturbações antrópicas, estão as mudanças no clima, a poluição do solo, da água e do ar, a redução da disponibilidade de água potável, a perda da biodiversidade, a destruição da camada de ozônio e a acidificação dos oceanos. Em sentido inverso, alerta o projeto, estão as consequências dessas ações para o homem, como o surgimento de novas doenças, o aumento e agravamento de doenças infecciosas e crônicas, a hiperurbanização e os conflitos por recursos naturais. |
Ao gerar perturbações nos ecossistemas naturais da Terra, as ações antrópicas impactam também a saúde e o bem-estar humanos, diz Saraiva. “Esse campo de estudo é um novo esforço para tratar a questão da sustentabilidade e da vida humana sob uma ótica cada vez mais integrativa, transdisciplinar e global”.
Objetivos
Com o embasamento de relatórios publicados pela Organização das Nações Unidas, fundações e revistas científicas, a comunidade científica reconhece que uma mudança imediata no padrão das atividades humanas é fundamental para garantir o bem-estar de gerações futuras. Com isso em mente, o grupo pretende promover a discussão e a prática da saúde planetária no contexto da USP, do Brasil e da América Latina, visando a sustentabilidade dos ecossistemas naturais.
Entre os objetivos estratégicos, estão a definição dos principais temas relacionados ao campo de estudos e o mapeamento das forças já atuantes, para que os pesquisadores possam construir uma rede de conexões e parcerias com as principais instituições de pesquisa. Esse contato é necessário por conta da temática muito ampla da saúde planetária, que envolve diversas áreas do conhecimento.
Ao transitar pela biologia, medicina, ecologia, relações internacionais, educação, psicologia e agronomia, entre outras, os cientistas estudam, por exemplo, comportamento humano, estilo de vida, mudanças globais, agricultura e nutrição, poluição, matriz energética e recursos naturais.
O grupo também tem objetivos de natureza científica: criar um núcleo de pesquisadores (think tank) e a identificar lacunas que podem ser melhor exploradas. Há, ainda, a intenção de dialogar com formuladores de políticas públicas e com representantes do setor privado, com o objetivo de desenvolver ações que favoreçam a sustentabilidade ambiental e a saúde humana.
Ao longo de dois anos de trabalhos, duração inicial prevista para o grupo, os pesquisadores pretendem publicar artigos na revista do IEA, realizar workshops e seminários e participar de eventos nacionais e internacionais. Leia o projeto completo e a lista de integrantes do Grupo de Estudos Saúde Planetária