Participantes em 2021
Ana Laura Godinho Lima (FE), com o projeto "Efeitos do Ambiente no Desenvolvimento Psicológico e na Educação: Análise de Discursos". Período: 1 ano. O objetivo geral do projeto é compreender de que forma diferentes áreas do conhecimento pensam o ambiente no desenvolvimento psicológico e pedagógico infantil, além de como esses saberes se articulam para promover adaptações dos espaços às necessidades das crianças, criando melhores condições para o desenvolvimento. A pesquisa será feita durante um ano. “Diversos especialistas, não só da psicologia, mas das outras áreas, descreveram os efeitos do ambiente no desenvolvimento dos indivíduos. Ambiente não é só o meio natural, mas todo o meio que circunda a criança, como ambiente afetivo, meio social e urbano”, comentou Ana Laura. Portanto, serão analisados discursos especializados da puericultura, educação, psicologia do desenvolvimento, psicanálise e arquitetura em relação ao ambiente e o desenvolvimento infantil. O projeto também pretende realizar uma mesa redonda por semestre no IEA sobre o tema da pesquisa. Ao final da categorização dos discursos serão organizadas palestras na Faculdade de Educação e na Escola de Artes e Ciências Humanas sobre os resultados da investigação. Ana Laura Godinho Lima é professora associada na Faculdade de Educação (FE), onde obteve os títulos de mestre, doutora e livre docente em pedagogia. Também é professora no programa de pós-graduação da Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH). Atua nas áreas de psicologia da educação e história da educação, analisando discursos especializados da psicologia sobre a criança e sua educação a partir de uma perspectiva histórica. |
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Cristina Godoy Bernardo de Oliveira (FDRP), com o projeto "Princípios Éticos e Normas Jurídicas para uma Inteligência Artificial (IA) de Confiança". Período: 1 ano. O objetivo do projeto é propor um Código de Ética brasileiro para o desenvolvimento das Inteligências Artificiais (IA). Dessa forma, Cristina pretende revisar todos os documentos internacionais a respeito da aplicação de IA e dos princípios éticos relacionados ao tema. Assim, serão encontrados parâmetros dos princípios, normas jurídicas e métodos para viabilizar um código de ética brasileiro sobre inteligências artificiais. A principal questão a ser analisada, segundo Cristina, é se há necessidade de desenvolver princípios e regras específicos para o Brasil e suas peculiaridades políticas, sociais e econômicas. O projeto também é composto por análises dos métodos técnicos e não técnicos que garantem a confiabilidade de IA e sua aplicabilidade, agregando discussões com especialistas da ciência da computação. Após as análises bibliográficas e a conclusão das teorias formuladas sobre a aplicação de inteligências artificiais confiáveis, serão analisadas as possibilidades do desenvolvimento econômico sustentável na promoção de IAs sem comprometer o Estado Democrático de Direito. “A questão é sobre se o direito deve ou não regulamentar [o desenvolvimento de IAs], porque há consequências. Se regulamentar muito pode travar o avanço tecnológico, mas precisamos primeiro ter ética comum”, afirma a pesquisadora. O Código de Ética para o uso e aplicação de IAs será enviado aos poderes legislativos como proposta de adoção nacional ou estadual. Além disso, o projeto prevê a produção de um artigo científico; um livro sobre ética, direito e inteligência artificial; e, por fim, a organização de seminários e palestras. Cristina é professora de filosofia do direito, inglês jurídico e instituições do direito na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto. Atua como professora visitante na Universidade de Oxford, onde desenvolve pesquisas sobre propriedade intelectual. É líder do Grupo de Pesquisa Direito Ética e Inteligência Artificial da USP e coordenadora do Grupo de Estudos Direito e Tecnologia no polo do IEA em Ribeirão Preto. Suas pesquisas abordam temas relacionados com o idealismo germânico, soberania em Hegel, partidos políticos, racionalidade jurídica e direitos fundamentais. |
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Eliane Robert Moraes (FFLCH), com o projeto "O Mangue: Erótica das Passagens, Poética das Margens". Período: 1 ano. O projeto visa realizar uma densa interpretação do corpus literário do Mangue, antiga zona de prostituição carioca, consagrado pelo movimento modernista brasileiro. O objetivo de Eliane é concluir um livro sobre o tema da pesquisa e suas conclusões. A publicação será o primeiro estudo extenso e rigoroso sobre as representações literárias do Mangue. Para tanto, serão analisadas as figuras e formas que constituem o tema como uma poética singular naliteratura do país, segundo Eliane. Também serão feitas relações dos objetos literários com a iconografia que as artes plásticas do período dedicam ao tema do Mangue, abordando os contextos históricos, geográficos e sociais das obras e autores. Durante o ano, Eliane irá se debruçar sobre a seleção das obras analisadas e a redação do livro. Além disso, pretende realizar dois seminários internacionais no IEA em parceria como programa de pós-graduação de Literatura Brasileira da USP, um a cada semestre, e com a participação de pesquisadores do Centro de Pesquisa de Países Lusófonos da Universidade de Sorbonne (Paris 3). Eventuais artigos podem ser publicados no processo, assim como a participação em congressos e colóquios para apresentar os resultados da pesquisa. Eliane é professora de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e bolsa de produtividade no CNPq. É mestre e doutora em filosofia pela USP, com pós-doutorado na Universidade Paris Nanterre. Desenvolveu e coordenou projetos científicos em colaboração com as universidades francesas Paris 10 (Nanterre), Paris 8 (Vincennes Saint-Denis) e Paris 3 (Sorbonne Nouvelle). Realizou pesquisas sobre a relação entre estética e erótica, a literatura libertina do século 18, o surrealismo francês, erotismo moderno, entre outras. Atualmente se dedica a investigar figuras do excesso na prosa de ficção brasileira dos séculos 20 e 21. |
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Fabiana Cristina Severi (FDRP), com o projeto "Políticas e Institucionalidades com Enfoque em Gênero no Sistema de Justiça Brasileiro: Mapeamento e Análise em Perspectiva Interseccional". Período: 1 ano. A proposta de Fabiana é entender como políticas e instituições de gênero no sistema judiciário têm melhorado o acesso das mulheres à justiça, principalmente mulheres em condição de vulnerabilidade social. “O olhar e a trajetória da pesquisa pensa essas questões a partir da demanda de mulheres subalternas e periféricas”, afirma a pesquisadora. A forma como essas institucionalidades executam suas atividades, suas interações com outros segmentos do Estado e da sociedade civil, assim como o papel que possuem para incorporar uma perspectiva de gênero também são objetos de análise para entender como novas instituições internas do sistema melhoram o acesso das mulheres ao judiciário. Dessa forma, as ações criadas no Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública serão identificadas e categorizadas, especialmente as que foram articuladas após a Lei Maria da Penha (LEI) na esfera federal. As análises serão realizadas a partir da coleta de dados e relatórios publicados pelos próprios órgãos e instituições. A pesquisa também fará questionários e entrevistas com integrantes das instituições encontradas. O projeto engloba a produção de artigos científicos, um livro com os resultados encontrados, um debate aberto sobre a questão de gênero no acesso à justiça e um seminário voltado a representantes do sistema de justiça para a propagação dos conhecimentos adquiridos. Severi é professora na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP. Suas pesquisas se relacionam aos temas: crítica jurídica e feminista, acesso à justiça para mulheres e teorias democráticas. É líder do Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos, Democracia e Desigualdades da USP, participante do Consórcio Lei Maria da Penha pelo fim da violência às mulheres baseada em gênero e membro do Grupo de Pesquisa nPeriferias do IEA. |
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Ieda Maria Alves (FFLCH), com o projeto "Estudo e Divulgação da Terminologia da Covid-19". Período: 1 semestre. O objetivo do projeto é detectar, estudar e divulgar a terminologia da pandemia de Covid-19, para facilitar a compreensão dos termos e informações relacionados à doença para o público não especialista. Por ser um novo termo, usado amplamente, serão observados materiais digitais em português brasileiro, em fontes oficiais e internacionais. Após a coleta dos materiais, estes serão processados em um software especializado para que a pesquisa possa selecionar os possíveis termos a serem colocados no dicionário, entendendo também os contextos que foram usados. Depois, será realizada a elaboração das definições, com objetivo de tornar a linguagem médica mais acessível. A divulgação pretendida pelo projeto será feita em uma plataforma digital e de livre acesso, pela publicação de artigos científicos e capítulos de livro, além de seminários e simpósios online abertos à comunidade externa. “Vamos precisar de assessoria médica de docentes da Faculdade de Medicina da USP em todas as fases de análise dos dados levantados”, afirmou a pesquisadora. O projeto também vai contar com a participação do Projeto CoMet (Corpus Multilíngue para Ensino e Tradução) da FFLCH, responsável pela pesquisa de termos equivalentes em inglês que serão inseridos no projeto, e do Glossário Colaborativo COVID-19, colaboração com a Universidade Nova de Lisboa para pesquisa de variantes do termo em português europeu. Ieda Maria Alves é professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas desde 2006, onde atua nas áreas de filologia e língua portuguesa, com a linha de pesquisa voltada para a lexicologia e a lexicografia. Ieda é chefe do Laboratório de Terminologia do Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia (CITRAT) da FFLCH e foi membro do Comitê Executivo da Rede Ibero-americana de Terminologia e membro diretora da Associação Internacional de Linguística do Português (AILP) de 2014 a 2017. |
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Sérgio Ricardo de Carvalho Santos (ECA), com o projeto "Formas da Teatralidade Colonial: Interações Cênicas entre Jesuítas e Tupinambás na América Portuguesa no Século XVI". Período: 1 ano. A pesquisa tem o intuito de descrever e analisar as tendências cênicas mais importantes praticadas pelos jesuítas na América Portuguesa no século 16, relacionando as modalidades de espetáculos com a formação espacial das vidas, cidades e aldeamentos indígenas. O principal objeto de estudo é entender a interação entre as formas europeias e as práticas indígenas retratadas em peças jesuíticas. Sérgio realizará um estudo comparativo entre materiais da época, especialmente das obras que permitem relacionar o projeto missionário com a realidade dos povos indígenas, neste período de mudança das relações com o trabalho escravo. Dessa forma será possível analisar as interações entre os religiosos, poder militar, os colonos europeus, indígenas e africanos escravizados e os aldeões livres. Ao final será elaborado o livro "A teatralidade na América Portuguesa no século XVI: interações cênicas entre jesuítas e tupinambás." Paralelamente, está prevista a elaboração de quatro artigos, que servirão de base para a produção do livro. O projeto também pretende realizar dois minicursos, um a cada semestre, sobre os temas da pesquisa. Sérgio de Carvalho é professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes (ECA), onde atua em pesquisas de teatro, dramaturgia e na relação entre teatro e sociedade. Possui mestrado em Artes Cênicas, doutorado em Literatura Brasileira e Livre-Docência em dramaturgia. Atualmente é diretor do Teatro da USP (TUSP) e vice-diretor do Centro Universitário Maria Antônia. |
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Vera Silvia Facciolla Paiva (IP), com o projeto "Políticas de controle da Sars-Cov/Covid-19: O Desafio da Prevenção entre Adolescentes e Jovens em Situação de Vulnerabilidade Social". Período: 1 ano. O objetivo desta pesquisa é acompanhar e refletir criticamente sobre as políticas de prevenção e controle da Covid-19 no segmento de jovens e adolescentes, tanto nos momentos de escolas fechadas quanto nos períodos de retorno às atividades e readaptação a elas. Para isso, a pesquisadora pretende sistematizar o resultado de um estudo etnográfico preliminar realizado desde abril de 2020. Vera coordena um grupo no Núcleo de Estudo e Prevenção da Aids (Nepaids) da USP, que tem acompanhado virtualmente cerca de 40 adolescentes, além de alunos de graduação da universidade, para o acolhimento do sofrimento psicossocial. Segundo Vera, a pandemia tem acentuado cada vez mais o campo da violação e negligência de direitos humanos, podendo produzir maior vulnerabilidade ao adoecimento. O projeto dará especial atenção à saúde mental, sexual e reprodutiva, assim como à prevenção da violência de gênero, especialmente em momentos de distanciamento físico de longa duração. A discussão sobre essas políticas visa agregar pesquisadores de diversas áreas para debater os limites, dificuldades e possibilidades de sustentar a prevenção à covid-19 a longo prazo e seus impactos nos direitos humanos. “O que eu quero ressaltar é que a prevenção não se reduz à vacina”, afirmou Vera. A pesquisadora pretende terminar de escrever um livro que vem trabalhando há anos. A obra vai tentar definir e exemplificar a produtividade da noção “Sofrimento Psicossocial”, abordando estudos da sexualidade, gênero e prevenção de doenças associados à desigualdade. Além da publicação, o projeto também prevê debates sobre novos métodos e concepções para sustentar a prevenção e a resposta social que a pandemia demandou. Esses encontros ocorrerão em seminários e simpósios onlines bimestrais e, se possível, em evento semestral sediado no IEA. Vera Paiva é professora titular no Instituto de Psicologia (IP), onde leciona psicologia social, e fundadora do Nepaids. Também é professora no programa de medicina preventiva da Faculdade de Medicina (FM) e orienta teses na Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP). Suas pesquisas envolvem temas de ciências sociais e humanas, saúde coletiva, políticas públicas, psicologia social, orientação e acolhimento. |