Boletim IEA — 75
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Drausio Giacomelli, vice-presidente para América Latina do banco JP Morgan Chase, faz no dia 7 de abril, às 10h, a conferência "Mercados Financeiros na Prática: Limites Institucionais e Comportamentais". Debaterão com ele Eleutério Prado, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, e Ricardo Dias de Oliveira Brito, da Faculdade Ibmec São Paulo. O evento integra a programação do Grupo de Estudos sobre Fundamentos da Análise Econômica. Segundo Giacomelli, a racionalidade em economia enfrenta seus testes mais severos no mercado financeiro: "A previsão de que os preços refletem corretamente os fundamentos e que, na ausência de arbitragem, estratégias baseadas em dados passados não podem ser consistentemente 'vencedoras' é freqüentemente negada pela evidência". Giacomelli explica que varias hipóteses do modelo básico de eficiência de mercado têm sido afrouxadas para adequar o modelo aos fatos e, além disso, mais recentemente, a negação da racionalidade plena parece ganhar destaque no meio acadêmico. "Essa nova vertente — cujo nome pode ser traduzido como 'finanças comportamentais' — tem reformulado a escolha do individuo em um ambiente de incerteza. Com base na psicologia, a decisão antes baseada na utilidade esperada, dá lugar a conceitos como aversão à perda, probabilidades não-lineares, excesso de conservadorismo e enquadramento." Graças a uma maior flexibilidade para parametrizar as preferências dos indivíduos, essa nova abordagem "tem sido bem sucedida em prover um modelo intuitivo, ainda que um tanto agnóstico, do mercado financeiro", afirma o economista. Na conferência, Giacomelli pretende rediscutir essa abordagem sob a ótica da prática de finanças e levantar um aspecto que, embora fundamental, tem recebido pouca atenção na literatura da área: os limites que as instituições impõem à arbitragem. "Serão discutidas algumas possíveis explicações para ineficiências de mercado que, se ignoradas estas restrições institucionais, parecem originar-se de comportamento irracional dos agentes econômicos." Engenheiro mecânico formado pela Escola Politécnica da USP, Giacomelli é Ph.D. em economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA, onde teve como orientador o renomado economista Rudiger Dornbusch (1942-2002). Local: a conferência acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Edifício da Antiga Reitoria, São Paulo, SP. Internet: transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo. Informações: Claudia Regina (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686.
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Um país capaz de estabilizar o regime democrático, ampliar a fiscalização popular das decisões políticas, voltar a crescer a taxas históricas (pré-anos 1980), enfrentar com sucesso as disparidades regionais e de renda, investir na educação e no desenvolvimento tecnológico, tornar suas cidades mais organizadas e seguras e de exercer influência mundial, sobretudo na América Latina, sempre lidando de forma eficaz e criativa com os desafios ambientais e os efeitos políticos e econômicos da globalização. Esse é o cenário desejado para o Brasil nos próximos 16 anos. Mas como identificar os pontos críticos que dificultam o caminho para que esse cenário se concretize? Com esse fim, o IEA criou em 2005 o projeto Brasil: O País no Futuro — 2022. A primeira atividade da iniciativa foi um ciclo de seminários em agosto e setembro para a produção de diagnósticos em áreas essenciais ao desenvolvimento do País.As exposições do ciclo foram editadas e agora estarão disponíveis em dossiê do nº 56 de revista Estudos Avançados, que será lançado no dia 8 de maio. (Leia o sumário da edição abaixo.) ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO Outro destaque do nº 56 é a discussão sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Participam Dom Luiz Cappio, bisco de Barra (BA), que em 2005 fez uma greve de fome de 12 dias contra o projeto, e o governador do Ceará, Lúcio Alcântara, defensor da proposta. Em entrevista concedida a Marco Antônio Coelho, editor executivo da revista, e Paulo Nogueira Batista Jr., professor da FGV-SP, Dom Cappio fala de sua formação intelectual e religiosa, seu envolvimento com os problemas enfrentados pela população que vive às margens do São Francisco e do porquê de sua decisão de fazer a greve de fome, de como ela se desenrolou e da abertura do diálogo com o governo federal.(Assista ao vídeo com uma seleção dos principais trechos da entrevista.) Dom Cappio considera o rio São Francisco "a mãe e o pai de todo o povo, de onde tiram o peixe para comer, a água para beber e molhar suas plantações — principalmente em suas ilhas e áreas de vazantes. Mesmo não sendo o maior rio brasileiro em volume d'água, talvez seja o mais importante do País, porque é a condição de vida da população. Sempre dizemos: rio São Francisco vivo, povo vivo; rio São Francisco doente e morto, população doente e morta". Para ele, esse componente ecológico se reflete numa intenção social e antropológica: "Um rio com toda sua riqueza passa a ser importante na vida de um povo e na sua maneira de se organizar".
Por sua vez, o governador do Ceará critica em seu artigo os opositores ao projeto de transposição que alegam riscos de males ecológicos e econômicos ao País. Alcântara diz que esses opositores desconsideram que já estão em andamento ações de controle da erosão na bacia do rio; monitoramente da qualidade da água; reflorestamento das nascentes, margens e áreas degradadas na bacia; e estudos para a conformação do leito navegável. "Hoje sabemos que é possível erguer obras estruturantes fundamentais de forma planejada, responsável e conseqüente, evitando desperdícios de verba pública, estorvos para a população e danos ao meio ambiente." Alcântara afirma que, com a transposição, "alguns açudes estratégicos poderiam multiplicar a sua vazão regularizada, sendo que apenas nos anos críticos de estiagem a transposição ocorreria nos limites máximos". Além disso, avalia que a execução do projeto permitiria a expansão da irrigação no Vale do São Francisco em 800 mil hectares nos próximos anos, o que significaria "maior produtividades agrícola, incentivo à fruticultura, criação de novos empregos e geração de renda para milhares de famílias, especialmente na região do semi-árido, a mais penalizado pelas estiagens e pelo descaso público". OUTRAS SEÇÕES Estudos Avançados nº 56 tem também as seções "Políticas Públicas: Nova Abordagem", "Universidade", "Cultura e Sociedade", "Resenhas" (inaugurada nesta edição) e uma homenagem a Gilda de Mello e Souza, morta em dezembro de 2005. Mais informações sobre as edições da revista "Estudos Avançados" e como adquirir exemplares e assinaturas estão em www.iea.usp.br/revista. As edições online estão na Scientific Electronic Lybrary Online (SciELO). SUMÁRIO DO Nº 56 Editorial Dossiê "Brasil: O País no Futuro — 2022" Políticas Públicas: Nova Abordagem Universidade Cultura e Sociedade Polêmicas Homenagem Resenhas
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ABRIL • Dia 5, 14h — Meio Ambiente e Uso da Terra, conferência de José Carlos Carvalho, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais. • Dia 6, 9h — Tristes Trópicos ou Terra de Boa Esperança? Obstáculos ou Vantagens Comparativas para o Desenvolvimento da Civilização da Biomassa?, colóquio coordenado porNeli Aparecida de Mello, da EACH/USP Leste, e Hervé Théry, professor convidado da Cátedra Pierre Monbeig/FFLCH/USP. • Dia 7, 10h — Mercados Financeiros na Prática: Limites Institucionais e Comportamentais, conferência de Drausio Giacomelli, vice-presidente para a America Latina do banco JP Morgan Chase, EUA. • Dia 19, 15h — O Estudo da Diversidade Genética de Vírus no Estado de São Paulo, conferência de Paolo Zanotto, do ICB/USP e um dos coordenadores gerais da Rede de Diversidade Genética de Vírus da Fapesp. • Dias 27 e 28, 9h — Raymundo Faoro: Um Intérprete do Brasil, seminários coordenados por Carlos Guilherme Mota, da FFLCH/USP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. • Dia 28, 10h — Post 9/11 South Asia Dynamic: Internal and External Factors, conferência de Shireen Mazari, diretora geral do Instituto de Estudos Estratégicos, Paquistão. MAIO • Dia 8, 17h — Lançamento do nº 56 da revista "Estudos Avançados, com participação deDom Luiz Cappio, bispo de Barra (BA). • Dia 15, 10h — A Pós-Universidade, conferência de Cristovam Buarque, senador (PDT-DF). Em seguida à conferência haverá o lançamento do livro Ensino Superior: Conceito & Dinâmica, co-editado por IEA e Edusp, com apoio da Fapesp. JUNHO • Dia 1º, 15h — O Brasil ante o Século 21, conferência de Hélio Jaguaribe, do Instituto de Estudos Políticos e Sociais. • Dia 28, 10h — A Arte de Esquecer, conferência de Iván Izquierdo, do Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS. Local — Os eventos sem local de realização especificado acima acontecem no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Edifício da Antiga Reitoria, Cidade Universitária, São Paulo. Online — Todos os eventos terão transmissão pela Internet, exceto a edição do dia 28 de abril do seminário Raymundo Faoro: Um Intérprete do Brasil.
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Nota |
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Livro sobre ensino superior será lançado dia 15 de maio O livro "Ensino Superior: Conceito & Dinâmica" será lançado em evento no dia 15 de maio, às 10h, na Sala do Conselho Universitário da USP. Na ocasião, o senador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e ex-reitor da Universidade de Brasília, fará a conferência "A Pós-Universidade". A publicação reúne as exposições e comentários apresentados no ciclo Os Desafios do Ensino Superior no Brasil, realizado em 2004 e 2005. O livro é uma co-edição IEA e Edusp, com apoio da Fapesp.
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS Fotos (a partir do alto): Brazilian-American Chamber of Commerce, Mauro Bellesa e Governo do Ceará. |
Divisão de Comunicação: Mauro Bellesa (editor, MTb-SP 12.739)
Rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, 05508-050, São Paulo, SP
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