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Livro "Afetando Tecnologias, Maquinando Inteligências" é lançado em versão digital e aberta
Desdobramento de uma conferência realizada com apoio do IEA no início de 2020, o livro Afetando Tecnologias, Maquinando Inteligências foi lançado em versão online e gratuita. Realizado por um grupo de cerca de 20 pesquisadores, o livro tem textos e exercícios experimentais envolvendo tecnologia e Inteligência Artificial a partir de perspectivas do Sul Global, feminista, decolonial, ou antirracista.
Segundo os organizadores, o livro foi pensado para ser, “concomitantemente, um registro histórico de um poderoso encontro entre pesquisadores internacionais que pensam o campo tecnológico sob um ponto de vista crítico; e um material em português e em inglês que supra parte da falta de bibliografia sobre o tema para além do discurso hegemônico do Norte Global”.
Clique aqui para acessar gratuitamente a obra.
Yvonne Mascarenhas receberá prêmio da Sociedade Brasileira de Física por suas contribuições acadêmicas
A pesquisadora Yvonne Mascarenhas receberá neste ano o prêmio Joaquim da Costa Ribeiro, concedido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) aos que contribuíram, ao longo da carreira, para a Física da Matéria Condensada e de Materiais no Brasil. Ela é a primeira mulher a receber a homenagem. O prêmio será entregue durante o Encontro de Outono da Sociedade Brasileira de Física, programado para ocorrer em junho.
Com mais de 60 anos de trajetória acadêmica, Yvonne é professora aposentada do Instituto de Física de São Carlos, onde também foi diretora. Na última década, passou a se dedicar à difusão científica voltada para o apoio ao ensino fundamental e médio. No IEA, foi vice-coordenadora do Polo São Carlos, que ajudou a criar, e hoje é professora honorária e pesquisadora colaboradora da Cátedra de Educação Básica.
Em seu site, a SBF destacou as contribuições de Yvonne como pesquisadora, orientadora acadêmica e gestora de instituições de pesquisa e ensino de Física e Química. Leia mais clicando aqui.
Lançada versão digital do livro 'Crises da Democracia'
O livro "Crises da Democracia: O Papel do Congresso, dos Deputados e dos Partidos", organizado pelo cientista político José Álvaro Moisés, professor sênior do IEA, agora está disponível também em formato e-book.
Os artigos da obra são resultado de pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa de Política Pública (NUPPs) da USP. Vários dos autores integram também o Grupo de Pesquisa Qualidade da Democracia do IEA.
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De acordo com Moisés, o regime democrático ainda não está plenamente consolidado no país, mantendo "déficits e distorções importantes que tornam seu desempenho objeto de críticas cada vez mais severas dos brasileiros".
O livro analisa esses déficits e distorções a partir da avaliação do desempenho dos parlamentares brasileiros e dos principais partidos políticos no período entre 1995 e 2010, explica o organizador.
"A capacidade dos representantes eleitos de desempenharem o seu papel na produção de leis e políticas públicas e de fiscalizar e controlar o Executivo é examinada com base em sua atuação concreta, como no caso das parlamentares brasileiras."
Quanto aos partidos, a desconfiança pública de que são objeto é analisada a partir de sua "incapacidade de efetivamente servirem como canais de mediação das preferências dos eleitores no sistema político", afirma Moisés.
Com 227 páginas, o e-book pode ser adquirido no site da Editora Appris ao preço de R$ 25,00 (a versão impressa, lançada em outubro, custa R$ 57,00).
Pesquisa internacional expõe o panorama global dos institutos de estudos avançados
Após visitar, nos últimos anos, mais de 30 institutos de estudos avançados na Ásia, América Latina, Europa, Austrália e Estados Unidos — entre eles, o IEA-USP —, a pesquisadora alemã Britta Padberg publicou em maio o artigo “The Global Diversity of Institutes for Advanced Study” na revista italiana Sociologica. Os institutos pesquisados são vinculados à rede global Ubias, atualmente coordenada pelo IEA.
Gestora do Centro para Pesquisa Interdisciplinar (ZiF, na sigla em alemão) da Universidade de Bielefeld desde 2008, Padberg tem formação em história e em antropologia biológica. Seus principais interesses de pesquisa estão relacionados à interdisciplinaridade e ao desenvolvimento das universidades e da ciência.
Conversando com diretores e colaboradores sobre as estratégias, missões e valores dos institutos, ela reuniu aspectos relacionados ao funcionamento e autonomia em relação às universidades onde estão sediados, além da contribuição destes espaços para a pesquisa. “Os institutos de estudos avançados têm desempenhado um papel notável no desenvolvimento das universidades e das ciências”, diz no artigo. Padberg ainda aborda os desafios futuros destes centros de pesquisa.
Em relação à América Latina, a pesquisadora reforçou que os institutos têm uma “responsabilidade especial” com o desenvolvimento político e social de seus países, com a democracia, e na mediação entre a ciência e a sociedade. Ao destacar o IEA como o maior e mais antigo instituto da região, Padberg citou o intuito traçado em sua fundação, em 1986, de ser um espaço de liberdade acadêmica e intelectual. “Com o fim da ditadura militar em 1985, as universidades buscavam um novo começo e esforçaram-se em desenvolver as relações internacionais na academia”, escreveu.
Revista 'Khronos' recebe até 30 de junho artigos sobre relações entre ficção científica e C&T
- O projétil de ''Da Terra à Lua'' (1865) de Júlio Verne em gravura de Henri de Montaut para a edição ilustrada de 1872
Pesquisadores interessados em participar do dossiê "Ficção Científica e a História da Ciência e da Técnica" da 9ª edição da "Khronos – Revista de História da Ciência" têm até 30 de junho para submeter seus trabalhos.
A revista é uma publicação semestral do Centro Interunidades de História da Ciência (CHC) da USP. Para o dossiê, os editores esperam receber trabalhos históricos sobre as formas da relação entre ficção, ciência e técnica.
O cadastro na área da revista no Portal de Revistas da USP e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo de avaliação do artigo.
A contribuição deve ser original e inédita e não pode estar sendo avaliada por outra revista para publicação. Se esse for o caso, o autor deve justificar a situação.
Todas as informações sobre as normas para submissão de artigos, inclusive sobre formatação e padrões de redação, referências bibliográficas e questões de direito autoral estão em www.revistas.usp.br/khronos/about/submissions#onlineSubmissions.
Revista
A revista "Khronos" trata de história e epistemologia das ciências naturais, da vida, humanas, técnicas e áreas correlatas. A perspectiva é interdisciplinar e visa a estimular as possibilidades interpretativas dos processos de conhecimento científico e técnico em seus contextos históricos.
São publicados resultados de pesquisas originais relativas a temas da Antiguidade ao século 21. A revista também abre espaço para textos de memórias de cientistas ou de instituições, bem como traduções inéditas, resenhas, notícias de projetos de pesquisa e outros assuntos de interesse para historiadores.
Centro
Criado em 1988, o CHC tem como objetivo o desenvolvimento de atividades de pesquisa nas áreas de história das ciências, técnicas e tecnologias. Seu Conselho Deliberativo é formado por representantes docentes e discentes de unidades e grupos de pesquisa da USP.
O atual diretor do centro é o historiador Gildo Magalhães dos Santos Filho, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e coordenador do Grupo de Pesquisa Khronos de História da Ciência, Epistemologia e Medicina do IEA
Imagem: Domínio público, Wikipedia
Pesquisadores do IEA farão parte da nova diretoria da Aciesp
- Em sentido horário, Hamilton Varela, Fernando Queiroz Cunha, Paulo Artaxo e Guilherme Ary Plonski | Fotos: Leonor Calasans/IEA-USP
A cerimônia terá uma homenagem ao professor Carlos Henrique de Brito Cruz pelo seu trabalho realizado como diretor científico da Fapesp. Para participar, é necessário confirmar presença neste link.
Eleito diretor do IEA no dia 10 de março, na chapa formada com Roseli de Deus Lopes, Guilherme Ary Plonski é vice-diretor do Instituto e integrou seu Conselho Deliberativo por dois mandatos. É professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e da Escola Politécnica (Poli) e já presidiu o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), entre outras atuações na universidade.
Paulo Artaxo, que toma posse como vice-presidente da Aciesp, é professor do Instituto de Física (IF), integrante do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Reconhecido pela comunidade científica por suas pesquisas sobre meio ambiente e mudanças climáticas, Artaxo é membro permanente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
Fernando Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e Hamilton Varela, do Instituto de Química de São Carlos, se tornaram membros da Aciesp juntos, em 2015. Naquele momento, Cunha era coordenador do polo do IEA de Ribeirão Preto e Varela, vice. Atualmente, Cunha é integrante do Conselho Consultivo do polo.
Érica Peçanha recebe prêmio por pesquisa sobre a produção cultural das periferias paulistanas
A antropóloga Érica Peçanha recebeu, no dia 10 de março, o Prêmio Cooperifa de Cultura Periférica pela sua contribuição como pesquisadora da produção cultural das periferias paulistanas. Peçanha é autora do livro "Vozes Marginais na Literatura", sobre a projeção de escritores da periferia no cenário literário contemporâneo, e coautora de "Polifonias Marginais”, que apresenta entrevistas com produtores literários negros e periféricos.
Atualmente, ela é pesquisadora de pós-doutorado no IEA e supervisora do Projeto Democracia, Artes e Saberes Plurais, iniciativa da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.
Helena Nader vence o 1° prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”
Helena Nader, uma das titulares de 2019 da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, sediada no IEA, recebeu o “Carolina Bori Ciência & Mulher”, oferecido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento. Lançado em 2019 e em sua primeira edição, o prêmio homenageia Carolina Martuscelli Bori, primeira presidente mulher da SBPC.
A premiação ocorrerá anualmente, alternando duas categorias – “Mulheres Cientistas” e “Meninas na Ciência”. A primeira edição homenageia a primeira categoria, dedicada às cientistas brasileiras destacadas de instituições nacionais, que tenham prestado relevantes contribuições à ciência, gestão científica e ações em prol da ciência e tecnologia nacional.
Bacharel em ciências biomédicas pela Unifesp, Helena Nader tem licenciatura em biologia pela USP, doutorado em biologia molecular na Unifesp e pós-doutorado na University of Southern California. É professora na Unifesp desde 1989 e membro titular da Academia de Ciências de São Paulo (Aciesp) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Seus trabalhos na área de glicobiologia são referência internacional, o que rendeu a ela dezenas de prêmios importantes. Em 2002, foi agraciada com o título de Comendador e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além da brilhante trajetória científica, Nader também é conhecida por sua trajetória de defesa da ciência e da educação brasileira. Foi diretora da SBPC e, em 2019, foi eleita vice-presidente da ABC.
A cerimônia de premiação será realizada no dia 11 de fevereiro, no Salão Nobre do Centro Universitário Maria Antonia da USP, em São Paulo, durante o Simpósio Mulheres e Meninas na Ciência, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela UNESCO.
Alice Rangel de Paiva Abreu, professora emérita da UFRJ, receberá a “Menção Honrosa”.
Com informações da Academia Brasileira de Ciências
Vice-coordenador do Polo São Carlos ganha prêmio por projeto de microbateria de gelatina vegetal
- O pesquisador Frank Nelson Crespilho (à direita) recebendo o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia
Seu projeto vencedor foi desenvolvido por pesquisadores do IQSC e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e criou uma microbateria inédita, produzida a partir de gelatina vegetal, para ser usada em dispositivos eletrônicos da área da saúde. Menos tóxicas que as baterias tradicionalmente usadas, feitas de prata ou lítio, o novo dispositivo pode ser inclusive ingerido, para exames, sem apresentar riscos ao paciente.
A microbateria é feita à base de agarose, um biopolímero constituído de açúcar que pode ser extraído de algas marinhas, e, por isso, é financeiramente viável, garantem os pesquisadores: com cerca de R$ 4, é possível comprar agarose para produzir até 700 microbaterias.
Crespilho é pesquisador do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e desenvolve pesquisas nas áreas de bioeletrônica e eletroquímica, com interesse em interação entre biomoléculas e nanoestruturas; nanoeletrodos; biocélulas a combustível; bioeletrodos implantáveis; e simulação e teoria Cinética em eletroquímica de bioeletrodos.
O Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia foi criado em 2001 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e tem o objetivo de estimular a pesquisa e a inovação na área química no país. Cerca de 30 empresas e 20 pesquisadores já foram premiados.
Foto: Divulgação
Pesquisadores do IEA integram grupo para aproximar ciência e sociedade
- Paulo Artaxo defende maior mobilização da sociedade prol da ciência e da educação
A coalizão foi criada com o objetivo de subsidiar e embasar cientificamente políticas públicas e colaborar nas discussões sobre tomadas de decisões. Segundo integrantes do grupo, em entrevista ao “Jornal da USP”, algumas colocações de gestores do governo Jair Bolsonaro sobre ciência e meio ambiente são ditas em tom evasivo e sem profundidade, e até mesmo desprovidas de sustentação factual ou científica. Por isso, mobilizaram-se para contrapor posicionamentos, leis e medidas socioambientais sem fundamentação científica.
Na reportagem, o professor do Instituto de Física (IF) da USP Paulo Artaxo explica que um dos objetivos centrais da coalizão é aproximar a sociedade da luta em prol da ciência e da educação pública. Ele defende uma articulação para combater os cortes orçamentários nessas áreas, que significam um desmonte da estrutura socioambiental no país, segundo ele. Integrante do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA, Artaxo é membro permanente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
O pesquisador do Instituto Oceanográfico (IO) Alexander Turra é coordenador da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade dos Oceanos, sediada no IEA, lembra que, embora o grupo defenda argumentos contrários aos apresentados pelo governo, as manifestações da coalizão “são isentas, equilibradas e sem influência político-partidária”.
Até o momento, 56 pesquisadores integram a coalizão, dez deles da USP. Além de Alexander Turra e Paulo Artaxo, os professores ligados ao IEA são Carlos Nobre, Gabriela Marques Di Giulio, Gerd Sparovek, Jean Paul Walter Metzger, Leandra Gonçalves e Ricardo Rodrigues.
Foto: Marcos Santos/USP Imagens