Radiação UVB e Perda de Megafauna no Final do Plioceno

3ª palestra do ciclo Mudanças na Paleoatmosfera e o Impacto sobre a Evolução Humana no Fim Plioceno

Nos últimos 2,6 milhões de anos, houve múltiplos episódios de resfriamento correlacionados com Reversões dos polos do campo magnético ou Excursões (quando o polo Norte ‘viaja’ para o outro hemisfério por mil anos). Esses últimos eventos são rápidos demais para ter um impacto sobre a massa atmosférica, porém, há um aumento de 3 vezes dos raios cósmicos (partículas pesadas) e penetração mais profunda na atmosfera.Um efeito provável é um aumento de nuvens (cloud cover) e mudança de albedo (refletividade da luz do Sol), o que leva ao resfriamento climático. Ao mesmo tempo, há uma redução da coluna de ozônio (não é uma ‘camada’) e aumento sensível da radiação UVB.

Embora não seja um risco direto para a maioria dos animais, o efeito sobre as plantas pode ser significativo, em particular sobre gramíneas (estepe, savana), com perda de biomassa e esterilidade. Assim, os animais que se alimentam de gramas, e os seus predadores, perdem a base de alimentação do ‘food chain’. Um simples modelo de alimentação mostra que haveria uma forte pressão evolutiva para a redução de tamanho desses animais – ou até a perda de espécies da megafauna. Somos antropocêntricos por natureza, mas a culpa nem sempre é dos homens.

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