
- O crítico literário inglês John Gledson
"Singular Ocorrência e o Feminismo de Machado de Assis — Uma Experiência de Crítico e Tradutor" é o tema da conferência que o crítico literário inglês John Gledson faz dia 13 de novembro, às 10h, no IEA. No evento será lançado o novo livro do conferencista: "Por um Novo Machado de Assis — Ensaios" (Companhia das Letras). A conferência será em português, que Gledson fala fluentemente.
Os 14 ensaios do livro discutem o tratamento dado pelo escritor fluminense a temas como a história, a política, o feminismo, o homossexualismo, a religião e os costumes da sociedade no século 19. Também traçam relações entre a trajetória machadiana e a de escritores como Eça de Queiroz e comentam romances controversos como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro".
Neles, Gledson também identifica uma crônica de Machado como antecipadora da teoria do "homem cordial", compara a trajetória do escritor com a de Graciliano Ramos, sob o prisma das abordagens que ambos fizeram da sexualidade, e contesta argumentos como a da culpa de Capitu.
Os textos trazem à tona um Machado muito ligado a seu país e tempo, mas sempre reconhecem a impossibilidade de explicá-lo com uma só interpretação: "Isso é parte de sua grandeza como escritor", afirma Gledson.
PERFIL
Gledson nasceu na Inglaterra, em 1945. Doutor pela Universidade de Princeton (EUA), aposentou-se como professor da Universidade de Liverpool (Reino Unido). Pela Companhia das Letras publicou "Influências e Impasses" (2003), sobre Carlos Drummond de Andrade e seus contemporâneos, e "Machado de Assis: Impostura e
Realismo” (1991). Na mesma editora, organizou a coletânea “Contos” (1998), de Machado de Assis. É também autor de "Poesia e Poética de Carlos Drummond de Andrade" (Duas Cidades) e "Machado de Assis: Ficção e História” (Paz e Terra). (Assista a gravação em vídeo de depoimento de Gledson dado em outubro de 2005 no Espaço Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, no qual ele relata seu envolvimento com a obra de escritor brasileiro, que se tornou o centro de sua vida acadêmica desde 1980.)
Foto: Paulino Cardoso/ABL