Geógrafo trata de compartilhamento, aspectos tecnológicos e gestão de recursos hídricos
por Mauro Bellesa
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publicado
03/07/2018 12:20
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última modificação
03/08/2018 08:50
O geógrafo Luís Antonio Bittar Venturi, da FFLCH-USP, faz a conferência "Recursos Hídricos: Do Oriente Próximo ao Brasil" no dia 3 de agosto, às 11h.
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Nem sempre a dificuldade de acesso à água está relacionada com o grau de sua disponibilidade. A satisfação das necessidades da população muitas vezes está mais vinculada à qualidade da gestão dos recursos hídricos disponíveis, segundo o geógrafo Luís Antonio Bittar Venturi, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
No dia 3 de agosto, às 11h, Venturi faz a conferência Recursos Hídricos: Do Oriente Médio ao Brasil, organizada pelo Grupo de Pesquisa Khronos: História da Ciência, Epistemologia e Medicina
O evento terá moderação de Gildo Magalhães dos Santos, coordenador do grupo e também professor da FFLCH-USP. A participação é aberta e gratuita a todos os interessados, mas requer inscrição prévia. Para assisti-lo ao vivo pela internet não é preciso se inscrever.
Por meio de três estudos de caso, Venturi buscará demonstrar que:
- acordos de cooperação de uso compartilhado de bacias hidrográficas e o atual estágio de desenvolvimento tecnológico "anulam a hipótese de escassez hídrica e eventuais conflitos decorrentes de disputa por água";
- ter acesso à água "é muito mais uma questão de gestão do recurso do que de sua disponibilidade".
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Para tratar do uso compartilhado de bacias hidrográficas, Venturi utilizará como base empírica o contexto da bacia do rio Eufrates - partilhada por Turquia, Síria e Iraque. A questão tecnológica terá como referência os países do Golfo Pérsico, que se abastecem por dessalinização da água do mar. A realidade brasileira, onde áreas de maior disponibilidade hídrica apresentam os mais baixos índices de acesso à água potável, será o contexto ilustrativo para Venturi abordar o aspecto da gestão (em contraste com a disponibilidade).
Ao construir sua argumentação, o geógrafo propõe uma nova perspectiva em relação aos recursos hídricos, "menos malthusiana, mais realista e otimista".